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As relações de poder e as territorialidades nos assentamentos rurais do sudeste goiano

Texto completo
Autor(es):
Rafael de Melo Monteiro
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Presidente Prudente. 2018-01-30.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente
Data de defesa:
Orientador: Marcos Aurélio Saquet
Resumo

Esta pesquisa qualitativa objetivou compreender as relações de poder e as territorialidades nos assentamentos rurais localizados na Região Sudeste Goiano. Foram, ao todo, seis assentamentos pesquisados, a saber: Assentamento João de Deus (Silvânia/1987), Assentamento São Sebastião (Silvânia/1997), Assentamento Olga Benário (Ipameri/2005), Assentamento Madre Cristina (Goiandira/2009), Assentamento Buriti (Silvânia/2009) e o Assentamento Maria da Conceição (Orizona/2010). A existência destes territórios é relevante em uma porção de Goiás caracterizada, sobretudo com a modernização conservadora da agricultura (anos 1970), pela agricultura capitalista, com a monocultura da soja, do milho, do algodão, do eucalipto, nas empresas rurais tipicamente familiares. A (re)territorialização camponesa, concreta e simbólica, estabelece, assim, uma coexistência com o agronegócio, assentado em uma estrutura fundiária concentrada. Realizamos, entre 2014 e 2015, enquanto procedimentos metodológicos, a pesquisa teórica, com leituras acerca dos conceitos de território, territorialidade e poder, além das leituras no âmbito da questão agrária e do campesinato, inclusive, goiano; a pesquisa documental, consultando o site do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), o blog da Superintendência Regional de Goiás (igualmente, do INCRA) e os projetos de criação dos assentamentos estudados, na sede, localizada em Goiânia, do INCRA, em setembro de 2015; a pesquisa de campo, na qual fizemos 123 entrevistas semiestruturadas nos assentamentos (com a gravação e transcrição de 63 delas), registros fotográficos (acessamos, também, fotografias antigas), elaboração de mapas e, em 2016, algumas visitas informais. Defendemos a tese de que a luta pela terra foi importante para a (re)territorialização camponesa, permitindo a (re)produção dos seus modos de vida (i)materiais, da sua campesinidade e das suas moralidades, embora não tenha sido suficiente para inaugurar a autonomia destes grupos (ou seja, efetivar a sua emancipação), pois, ainda que, no cotidiano, estas pessoas fundem as suas microliberdades, de modo geral, estes territórios (e as territorialidades) se substantivam, em grande medida, com o predomínio da(s) heteronomia(s), nas escalas da economia (comercialização dos produtos), da cultura (religiosidades) e da política (dependências dos governos federal e municipais). (AU)

Processo FAPESP: 13/10698-5 - As relações de poder e a produção do território no assentamento olga benário em ipameri (go)
Beneficiário:Rafael de Melo Monteiro
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado