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Desesperança e depressão em mulheres com diagnóstico de abortamento

Texto completo
Autor(es):
Débora Cristina Nozzella Bordini
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Glaucia Rosana Guerra Benute; Maria de Lourdes Brizot; Fábio Roberto Cabar; Niraldo de Oliveira Santos
Orientador: Glaucia Rosana Guerra Benute
Resumo

Introdução: A desesperança encontra-se amplamente associada com depressão maior e risco de suicídio. O suicídio, por sua vez, é um problema de saúde pública que está associado a uma diversidade de fatores e contextos econômicos, sociais e emocionais. No Brasil, a ocorrência de suicídio parece se relacionar diretamente com situações de perda, frustrações e sofrimento emocional, como a situação de abortamento na vida da mulher. Objetivos: este estudo tem como objetivos identificar desesperança em mulheres que viveram/provocaram abortamento; avaliar depressão maior; verificar a associação entre ocorrência de abortamento espontâneo ou provocado e depressão e desesperança. Método: este estudo foi composto por duas fases. Na primeira fase, foi verificado o prontuário de 162 mulheres que tiveram diagnóstico de abortamento e participaram do projeto anterior \"Culpa, ansiedade e depressão na vivência do abortamento provocado\", sendo que, destas 144 tinham vivido abortamento espontâneo e 18, abortamentos provocados. Nessa fase foram analisadas entrevista semidirigida; Primary Care Evaluation of Mental Disorders (PRIME-MD) e Escala de Desesperança de Beck (BHS). Após uma média de tempo de 95,75 meses da ocorrência do abortamento, foi realizado contato telefônico com as 162 mulheres, visando convidá-las a participar da segunda fase; 12 mulheres aceitaram retornar. Foram aplicados os seguintes instrumentos: entrevista semidirigida, o PRIME-MD e BHS. Foi realizada análise quantitativa e qualitativa dos dados, os quais foram analisados pela técnica de análise temática e posteriormente foi utilizado o programa IBM SPSS Statistics Standard Edition. O nível de significância utilizado foi p < 0,05. Também foi realizada analise qualitativa dos discursos das mulheres que compareceram na segunda fase deste estudo. Resultados: constatou-se que 14,6%(n=21) das mulheres que sofreram abortamento espontâneo apresentaram alto nível de desesperança (índice <= 9) e 30,6%(n=44) apresentaram diagnóstico de depressão maior. Desta forma, foi observada associação significativa entre alto nível de desesperança e diagnóstico depressivo em mulheres com abortamento espontâneo (p=0,03). Entre as mulheres que relataram abortamento provocado, contatou-se que 27,8% (n=5) apresentaram altos índices de desesperança e 55,6%(n=10) foram diagnosticadas com depressão maior. Ao associar as duas variáveis, não foi encontrada significância estatística (p=0,9). Os resultados da segunda fase revelaram que 2 mulheres encontravam- se com alta desesperança, sendo que uma referiu abortamento espontâneo e a outra, provocado, ambas também tinham diagnóstico de depressão maior. Conclusão: foi constatado alto nível de sofrimento emocional e de desesperança associado com a situação do abortamento independente de sua natureza, se espontânea ou provocada. Foi observada associação estatística significativa entre depressão e desesperança entre as mulheres que vivenciaram abortamento espontâneo. Nas avaliações da segunda fase, constatou-se que o sofrimento de algumas mulheres permanecia atual, independente do tempo decorrido ou do tipo do abortamento (AU)

Processo FAPESP: 14/25362-5 - Desesperança e depressão em mulheres com diagnóstico de abortamento atendidas em hospital universitário
Beneficiário:Debora Cristina Nozzella Bordini
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado