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Os retornos do ensino superior seletivo: evidências dos admitidos na Universidade de São Paulo

Texto completo
Autor(es):
Gabriel Guimarães Leite
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernanda Gonçalves de La Fuente Estevan; Bruno Ferman; Ricardo de Abreu Madeira; Vladimir Pinheiro Ponczek
Orientador: Fernanda Gonçalves de La Fuente Estevan
Resumo

O retorno do ensino superior tem sido objeto de estudo na literatura econômica por décadas, mas pouca evidência foi documentada sobre o prêmio salarial de frequentar as universidades mais seletivas no mercado de trabalho. Especialmente no Brasil, país no qual o ensino superior é visto como o fator primordial para a ascensão social, torna-se cada vez mais relevante compreender o papel do diploma de elite nos rendimentos futuros. Neste trabalho, estima-se o prêmio salarial de frequentar a Universidade de São Paulo (USP), uma das universidades mais importantes e seletivas do país, aproveitando-se dos grupos dos aprovados e não aprovados ao redor da nota final de corte. Como estratégia empírica, utiliza-se a abordagem de regressões descontínuas (fuzzy RD) para solucionar possíveis problemas de seleção frequentemente discutidos na literatura. Na amostra de indivíduos empregados no setor formal, não se observa retorno salarial significativo de frequentar a USP. No entanto, o contrafactual é amplo e possivelmente inclui cursos superiores qualificados, como os oferecidos por outras instituições públicas. Isso, aliado à localidade da estimação, pode subestimar o efeito agregado. Ao investigar as maiores carreiras do vestibular, poucas apresentam retorno diferente de zero nas medidas salariais (rendimento médio anual e salário médio de dezembro). Contudo, não é possível excluir que diferenças salariais possam existir em regimes de trabalho mais flexíveis, como nas profissões liberais, ou que o mercado assalariado não distingua instituições de nível superior, uma vez que apenas salários formais são considerados na estimação. Por grupo socioeconômico, candidatos que fizeram ensino médio e fundamental estritamente em escola pública apresentam retornos positivos de frequentar a USP. Não foram encontradas diferenças de retorno salarial entre homens e mulheres nem entre PPI (pretos, pardos ou indígenas) e brancos. Por fim, também não são documentados efeitos sobre tempo de emprego formal e número de vínculos empregatícios. Os resultados encontrados incitam uma série de discussões sobre políticas educacionais, especialmente aquelas relacionadas à expansão de vagas no ensino superior. (AU)

Processo FAPESP: 17/10942-4 - Os retornos do ensino superior seletivo: quanto vale e quem ganha mais? Evidências dos egressos da Universidade de São Paulo
Beneficiário:Gabriel Guimarães Leite
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado