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Singular content and de jure coreference

Texto completo
Autor(es):
Matheus Valente
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Marco Ruffino; Ludovic Soutif; Eros Stefano Corazza
Orientador: Marco Ruffino
Resumo

Esta dissertação é composta de três capítulos que, apesar de tratarem sobre temas distintos, igualmente pressupõem que o conceito de coreferência de jure deve estar no cerne das discussões sobre conteúdo e representação singular. No capítulo 2, tentarei reabilitar o principal argumento de Frege (1948) em favor da existência de Sentidos em face da acusação de circularidade recentemente posta por Glezakos (2009). Argumentarei que as diferenças de valor cognitivo entre sentenças, como "Cícero é Cícero" e "Cícero é Túlio", se reduzem à ocorrência (ou não ocorrência) da relação de coreferência de jure entre seus tokens referenciais. Já que, como mostrarei, o reconhecimento desta relação não pressupõe qualquer teoria semântica substancial, ele pode ser usado para fundamentar a introdução de Sentidos. O capítulo 3 avalia caso a introdução de Sentidos tem sucesso em explicar a coreferência de jure já que a última foi demonstrada ser não-transitiva (Fine 2007, Pinillos 2011), ao contrário da identidade de Sentidos. Argumentarei que a postulação de Sentidos pode fundamentar uma relação não-transitiva, já que Sentidos podem instanciar relações mais refinadas que a mera identidade ou diferença, e.g. possuir uma parte comum. Finalmente, o último capítulo contém uma discussão sobre conteúdo singular em cenários diacrônicos envolvendo expressões indexicais. Defenderei a tese de que teorias que rejeitam a factividade, i.e. a tese de que identidade de conteúdo pressupõe coreferência, não são superiores a teorias que rejeitam a transparência, i.e. a tese de que a identidade de conteúdo é conhecível a priori. Já que temos explícitas razões para manter estas duas teses, teremos que adotar uma teoria como a de Recanati (2012, 2015, forthcoming), de acordo com quem a relação de tokens indexicais diacrônicos é geralmente mais fraca que a identidade de conteúdo, porém mais forte que a mera diferença. Todavia, argumentarei que Recanati erra em alguns detalhes, especialmente sobre se pode haver identidade de conteúdo entre representações memoriais e aquelas originando estas memórias. Meu ponto final é que, se meus argumentos são corretos, deveremos distinguir a identidade de modos de apresentação da identidade de valor cognitivo, a primeira sendo mais refinada que a segunda (AU)

Processo FAPESP: 14/04701-6 - Causalidade, disposições e necessidade metafísica: um estudo sobre a modalidade de eventos causais/disposicionais
Beneficiário:Matheus Valente Leite
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado