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O espaço em devir no documentário: cartografia dos encontros entre cinema e escola

Texto completo
Autor(es):
Cristiano Barbosa
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Educação
Data de defesa:
Membros da banca:
Wencesláo Machado de Oliveira Junior; Adriana Mabel Fresquet; Gisele Girardi; Francisco Elinaldo Teixeira; Carlos Eduardo Albuquerque Miranda
Orientador: Wencesláo Machado de Oliveira Junior
Resumo

Essa pesquisa se propõe a pensar as relações entre espaço, cinema e educação, a partir da produção de um filme documentário de curta metragem realizado em uma escola pública do município de Indaiatuba (SP). O documentário Cartografia dos encontros na escola foi criado com a participação de alguns alunos, professores, funcionários e pais, que, através de oficinas de roteiro e filmagem, foram convidados a vivenciar conosco a construção de um processo de aprendizagem em aberto, cujos percursos foram traçados no calor dos encontros, em que negociamos coletivamente os caminhos que gestaram o que, como e onde filmar. Com base nos conceitos de encontro, devir e cartografia, oriundos da filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, buscamos compreender esse processo como cartográfico, na perspectiva em que mergulhamos naquela realidade para acompanhar os movimentos que dispararam outros devires espaciais e, por conseguinte, novos modos de sentir, pensar e habitar aquele lugar-escola. Lugar que, à luz do que nos propõe a geógrafa inglesa Doreen Massey, é visto como a co-presença de múltiplas trajetórias, humanas e não-humanas, em permanente reconfiguração. Por essa ótica, lugares não pré-existem, mas se fazem no aqui-agora dos encontros. Assim, a experimentação desses conceitos a partir da realização de um documentário, se insere no contexto de investigações entre cinema e escola que buscam analisar as potencialidades das experiências de produção de imagens em gestar novas percepções acerca das espacialidades tecidas no cotidiano escolar. Nos alinhamos às pesquisas que defendem o cinema como prática de alteridade, como uma ferramenta que provoca mudanças nas formas de perceber e inventar um lugar. Nesse cenário, nos guiamos pelos processos criativos dos documentaristas contemporâneos, que partem de um roteiro mínimo e apostam sobremaneira nos encontros entre filmadores e filmados diante da câmera. Eduardo Coutinho foi nossa principal inspiração no sentido em que estabelece limitantes espaço-temporais (filmar personagens de um prédio, favela ou teatro em um determinado intervalo de tempo), procurando transformar o set de filmagem em lugar de negociação de uma realidade que se atualiza em um estar com. Buscamos criar um lugar-escola que provocasse abalos, mesmo que pontuais, nas concepções de espaço predominantes nos contextos escolares. A cartografia dos encontros entre cinema e escola, nessa pesquisa, apostou na interface entre cartografia e fazer documental defendendo a concepção de documentarista-cartógrafo como aquele que acompanha um processo de filmagem-aprendizagem, por meio do imbricamento das dimensões de aprendizagem, de pesquisa e de cinema presentes numa produção fílmica. Frente ao movimento de acompanhar processos, tivemos como premissa problematizar a condição do espaço como somente extensivo, e do documentário como mera representação da realidade (AU)

Processo FAPESP: 13/04159-4 - Espaços em devir do vídeo documentário: cartografias dos encontros na escola
Beneficiário:Cristiano Barbosa
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado