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Consistência comportamental, diferenças sexuais e relacionadas ao período do dia nas defesas do opilião Mischonyx cuspidatus

Texto completo
Autor(es):
Júlio do Monte Gonzalez de Segovia
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Rodrigo Hirata Willemart; Cibele Biondo; Regina Helena Ferraz Macedo; Patricia Izar Mauro; Laura Carolina Leal de Sousa
Orientador: Rodrigo Hirata Willemart
Resumo

As interações entre presas e predadores possuem um papel fundamental na evolução das espécies. Para as presas em particular, uma falha na interação com um predador pode representar a morte e, consequentemente, os genes desta presa provavelmente não estariam representados em gerações futuras. Devido à essa forte pressão seletiva imposta pelos predadores, as presas evoluíram diversas estratégias defensivas. As defesas podem atuar dificultando que os predadores detectem a presas (e.g. anacorese e a cripsia) ou após os predadores estarem muito próximos ou mesmo terem atacado às presas. Tais defesas incluem a retaliação (tanto mecânica como química) e o comportamento de tanatose. Todas estas defesas mencionadas anteriormente foram propostas para opiliões. Portanto, opiliões são potencialmente bons modelos para estudar a evolução das estratégias defensivas. Nesta tese, adotamos o opilião Mischonyx cuspidatus como modelo experimental. No capítulo 1, testamos se M. cuspidatus são consistentes nos níveis de ousadia (propensão em se exporem ao risco, medido neste trabalho pelo tempo em tanatose e em freezing) e se a ousadia é influenciada pelo jejum. Encontramos que a ousadia é consistente, mas não detectamos efeitos do jejum. No capítulo 2, testamos se existem diferenças sexuais nas defesas de M. cuspidatus. Considerando o dimorfismo sexual presente nesses animais (machos possuem estruturas pontiagudas no último par de pernas que são utilizadas retaliação, mas as fêmeas não), testamos as seguintes predições i) machos dependeriam mais de defesas mecânicas do que fêmeas e ii) fêmeas dependeriam de outras formas de defesa, como defesas químicas e defesas passivas. Encontramos que os machos respondem com retaliação mecânica mais frequentemente do que as fêmeas e as fêmeas realizam tanatose mais frequentemente do que os machos. Não encontramos diferenças na frequência de uso de defesas químicas. No capítulo 3, testamos se há diferenças entre os períodos diurno e noturno na realização do 466 comportamento de tanatose em fêmeas de M. cuspidatus. Prevemos que as fêmeas realizariam tanatose mais frequentemente durante o dia. Assim, poderiam potencialmente evitar que fossem detectadas por predadores visuais. Conforme esperado, encontramos que fêmeas realizam tanatose mais frequentemente durante o dia do que à noite. Os resultados que obtivemos nesta tese contribuem para o conhecimento da evolução das estratégias defensivas, bem como fornece resultados que podem ser um passo inicial para o entendimento da consistência comportamental em opiliões e suas implicações para este táxon (AU)

Processo FAPESP: 14/19191-3 - História natural, síndromes comportamentais e aprendizado em Charinus asturius (Arachnida: Amblypygi: Charinidae)
Beneficiário:Júlio do Monte Gonzalez de Segovia
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado