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Pseudoescópula em Ischnothele annulata (Araneae, Mygalomorphae): avaliando estrutura e funcionalidade na comunicação sexual

Texto completo
Autor(es):
Juliana Paneczko Jurgilas
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Rio Claro. 2019-12-05.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Instituto de Biociências. Rio Claro
Data de defesa:
Orientador: José Paulo Leite Guadanucci
Resumo

As aranhas geralmente são criaturas solitárias, de pouca acuidade visual, agressivas e potenciais predadoras canibais, características que podem ter selecionado formas de comunicação à longa distância, como sinais químicos e/ou vibratórios. Os feromônios são um exemplo de sinal utilizado durante a comunicação intersexual, já tendo sido caracterizado quimicamente para onze espécies de araneomorfas. A emissão dessas substâncias é feita pelas fêmeas por meio da seda ou pela cutícula. Para sua recepção, machos de araneomorfas utilizam cerdas quimiossensoriais presentes no dorso dos palpos. Para migalomorfas, foi reportada a presença de cerdas quimiossensorias em um macho de Idiops pylorus a partir de análises de Microscopia Eletrônica de Transmissão. Além disso, recentemente foi reportada a presença de uma cerda tarsal exclusiva de machos de Mygalomorphae, que por sua similaridade com as encontradas em I. pylorus, e até mesmo com as cerdas quimiossensoriais encontradas em araneomorfas, também foi considerada quimiossensorial, apesar da diferença de disposição entre as duas infraordens. Elas podem estar arranjadas de forma densa (sendo chamadas pseudoescópula), ou estarem esparsamente distribuídas juntamente com outros tipos de cerda. Estas cerdas também diferem de outras sensoriais que são amplamente encontradas em machos e fêmeas de migalomorfas. No presente estudo, as cerdas da pseudoescópula de um representante de Mygalomorphae, Ischnothele annulata, foram investigadas por meio de bioensaios e microscopia eletrônica de transmissão. Os resultados indicam que os machos da espécie em questão se utilizam de sinais químicos presentes na teia das fêmeas (contato) para o reconhecimento intraespecífico, além de não utilizarem sinais de origem volátil (longo alcance) para encontrar as parceiras. As cerdas da pseudoescópula parecem ser as responsáveis pelo reconhecimento, uma vez que a obstrução dessas cerdas impede que os machos realizem movimentos de corte típicos da espécie quando entram em contato com a teia das fêmeas. As análises da cerda a partir de técnicas de Microscopia Eletrônica de Transmissão também parecem indicar um padrão similar ao encontrado em cerdas quimiossensoriais de outro grupo de aranhas. (AU)

Processo FAPESP: 18/00610-7 - Pseudoescópula em Ischnothele annulata (Araneae, Mygalomorphae): avaliando estrutura e funcionalidade na comunicação sexual
Beneficiário:Juliana Paneczko Jurgilas
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado