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Da solidariedade internacional à institucionalização da parceria: a experiência do Comitê Mundial de Trabalhadores da Volkswagen AG e Daimler AG

Texto completo
Autor(es):
Ariella Silva Araujo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
José Dari Krein; José Ricardo Garcia Pereira Ramalho; Andréia Galvão; Marilane Oliveira Teixeira; Paula Regina Pereira Marcelino
Orientador: José Dari Krein
Resumo

A presente tese analisa, comparativamente, a construção e a consolidação do Comitê Mundial de Trabalhadores (CMT) dos grupos Volkswagen AG e Daimler AG. Organizados inicialmente nos anos 1950, por meio das Federações Internacionais Sindicais, os conselhos de empresa mundial foram as primeiras experiências em rede de sindicalistas que se configuraram em diversos setores para enfrentar o processo de internacionalização crescente das empresas multinacionais. A internacionalização e os desafios que o movimento sindical viria a enfrentar com a perda de filiados nos levou a refletir sobre as seguintes questões: O que leva os sindicatos a demandarem participação nessas novas estruturas de consulta e informação? Por que as empresas têm investido nos CMTs? Em que medida essas estruturas de participação são distintas das firmadas no Pós-Segunda Guerra mundial? Fundamentada por essas questões, a pesquisa conduzida envolveu o estudo de documentos primários em conjunção com a realização de 52 entrevistas com lideranças sindicais, representantes dos trabalhadores e da empresa. A partir da tese de que os CMT são reflexo de relações industriais da matriz, mediados pelas identidades sindicais dos representantes que participam dos encontros do comitê, os resultados da pesquisa revelaram que os CMT têm cumprido um papel diferente de sua proposição inicial. Do ponto de vista da empresa, eles têm sido financiados como veículos para convergir práticas gerenciais das matrizes em suas subsidiárias a fim de pavimentar um caminho para garantir o sucesso na corrida pela liderança mundial. Além disso, os CMT têm fomentado um novo tipo de parceria, que visa aproveitar habilidades e competências dos trabalhadores e aproximá-los aos interesses da empresa. Pelo lado do movimento sindical, a troca de informações e a consulta pouco contribuiu para a criação de estratégias comuns de combate a estratégias corporativas. Muitos representantes, inclusive, têm utilizado esses espaços para atuar a favor de interesses particulares em situações contenciosas e assim reforçam relações de assimetria e poder no plano local. A despeito dessas evidências, os estudos de caso demonstraram as potencialidades dos CMT com a possibilidade de celebração de acordos coletivos transnacionais (ACTs); mobilização transnacionais; acordos de rejeição de produção de modelos ou de discussão de novos acordos provenientes de países em greve; e, até mesmo, da repartição de produção para garantir empregos e evitar despedimentos em outras localidades (AU)

Processo FAPESP: 14/24615-7 - Redes sindicais internacionais: um estudo sobre o Comitê Mundial de Trabalhadores da Volkswagen e Mercedes-Benz
Beneficiário:Ariella Silva Araujo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado