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Ácidos graxos de cadeia curta nos fenótipos metabólicos da obesidade: associações com consumo dietético, composição corporal e componentes das homeostases energética e glicêmica

Texto completo
Autor(es):
Isabela Solar
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Aplicadas
Data de defesa:
Membros da banca:
Ana Carolina Junqueira Vasques; Patrícia de Oliveira Prada; Ana Carolina Franco de Moraes
Orientador: Ana Carolina Junqueira Vasques; Bruno Geloneze Neto
Resumo

Introdução: A obesidade é uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, que se apresenta sob diversos fenótipos. Há indivíduos obeso/sobrepeso metabolicamente saudáveis (metabolically healthy obese - MHO), obeso/sobrepeso metabolicamente não saudáveis (metabolically unhealthy obese - MUO), e peso normal metabolicamente não saudáveis (metabolically unhealthy normal weight - MUNW). Os mecanismos fisiopatológicos subjacentes ao desenvolvimento de cada fenótipo encontram-se parcialmente elucidados. Evidências sugerem que a microbiota intestinal modula as homeostases energética e glicêmica via produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), produzidos a partir da fermentação de fibras dietéticas pela microbiota intestinal. Objetivo: Comparar as concentrações fecais de AGCC entre os fenótipos MHO, MUO, MUNW e um grupo com peso normal metabolicamente saudável, e investigar a associação dos AGCC com adiposidade corporal, componentes das homeostases energética e glicêmica e consumo alimentar. Métodos: Estudo transversal, parte do Nutritionists¿ Health Study, com 111 mulheres em idade fértil, distribuídas entre os quatro fenótipos metabólicos. Mulheres com IMC < 25 kg/m² foram classificadas como peso normal e ? 25 kg/m² como obeso/sobrepeso. A definição de saúde metabólica levou em consideração a ausência de alterações nos níveis pressóricos, glicêmicos, lipêmicos e de doença cardiovascular. Foi realizada a avaliação de composição corporal por DEXA. Os componentes das homeostases energética (gasto energético de repouso, flexibilidade metabólica e taxa de oxidação de substratos) e glicêmica (resistência à insulina, secreção de insulina e GLP-1) foram avaliados no teste de refeição padrão mista associado à calorimetria indireta com protocolo de 180 minutos. O consumo alimentar (energia, macronutrientes e fibras) foi avaliado por questionário de frequência alimentar. Os AGCC foram quantificados nas fezes por cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas. Resultados: As participantes tinham em média 28 ± 5 anos e 25,6 ± 5,0 de IMC e a frequência dos fenótipos foi de 33,9% peso normal metabolicamente saudável, 15,3% MUNW, 25,4% MHO e 25,4% MUO. As concentrações de AGCC não diferiram entre os quatro fenótipos. Houve associação inversa entre as concentrações de propionato e butirato e os níveis de IMC e adiposidade central. Propionato e acetato associaram-se inversamente com AUC de glicemia; propionato correlacionou positivamente com o índice insulinogênico e com a AUC de GLP-1. Os AGCC totais e acetato correlacionaram positivamente com o gasto energético de repouso (GER); e propionato e butirato correlacionaram positivamente com GER ajustado para peso corporal. O propionato correlacionou inversamente com a taxa de oxidação de carboidratos no jejum, e os AGCC totais, propionato e butirato fecais obtiveram correlação positiva com a taxa de oxidação de lipídeos 60 min. após o consumo da refeição padrão. Não houve associação entre o consumo alimentar e os AGCC. Conclusão: Os achados não sustentam que a determinação de AGCC nas fezes ajude a diferenciar os fenótipos metabólicos. No entanto, maiores concentrações de AGCC fecal estiveram associadas com menor acúmulo de adiposidade corporal principalmente central, maiores taxas de GER e de oxidação de lipídeos e níveis de GLP-1 no período pós-prandial, em paralelo a uma melhor função de célula-beta, e menor incursão glicêmica após o estímulo oral (AU)

Processo FAPESP: 17/24578-2 - Ácidos graxos de cadeia curta nos fenótipos metabólicos da obesidade: associações com consumo dietético, composição corporal e componentes das Homeostases energética e glicêmica
Beneficiário:Isabela Solar
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado