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Análise proteômica do jejuno e íleo em ratos expostos a dose aguda ou crônica de fluoreto

Texto completo
Autor(es):
Aline Dionizio Valle
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Bauru.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/SDB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marilia Afonso Rabelo Buzalaf; Alyne Simoes Gonçalves; Rafael Rodrigues Lima; Ana Carolina Magalhães
Orientador: Marilia Afonso Rabelo Buzalaf
Resumo

O trato gastrointestinal (TGI) é considerado a principal via de exposição ao fluoreto (F), que é rapidamente absorvido por ele. A exposição a esse íon pode gerar alterações consideráveis na morfologia do intestino, o que pode afetar suas funções, levando a sintomas gastrointestinais que representam os primeiros sinais de toxicidade do F. Em estudos anteriores realizados pelo nosso grupo de pesquisa, observou-se que a exposição ao F interfere significativamente na expressão de várias proteínas no duodeno. Devido às distintas características anatômicas, histológicas e fisiológicas encontradas entre os diferentes segmentos do intestino delgado, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito da exposição aguda ou crônica a F no perfil proteômico do jejuno e íleo de ratos. Ratos Wistar machos de 60 dias de idade foram tratados por 30 dias com doses crônicas de 0 mgF/L, 10 mgF/L ou 50 mgF/L. A dose aguda de F (25 mg/kg de peso corporal) ou água deionizada (controle), foram administradas uma única vez, por gavagem gástrica. Após os períodos experimentais, o jejuno e o íleo foram coletados. A análise proteômica de ambos os segmentos foi realizada com o sistema nanoACQUITY UPLC-Xevo QTof MS (Waters, Manchester, Reino Unido), a fim de melhor compreender os mecanismos envolvidos na toxicidade aguda ou crônica da F, o que levou às alterações morfológicas observadas em nossos estudos anteriores. A diferença de expressão entre os grupos foi obtida no software PLGS, considerando p <0.05 e 1-p> 0.95 para as proteínas sub e supraregulada, respectivamente. Sob exposição aguda a F, a maioria das proteínas com expressão alterada foi aumentada no grupo 25 mg/Kg F vs. Controle. Nossos resultados, quando analisados em conjunto (jejuno e íleo), sugerem que os sintomas gastrointestinais encontrados nesses casos podem estar relacionados à inibição da síntese de proteínas pela exposição a uma alta dose de F, como alterações nas proteínas que regulam o citoesqueleto e o metabolismo energético, principalmente no metabolismo de carboidratos. Sob exposição crônica a F, a maioria das proteínas com expressão alterada foi aumentada no grupo 10 mgF/L vs. controle e na comparação 50 mgF/L vs. controle. No jejuno, houve alterações na abundância de várias proteínas correlacionadas com a síntese de proteínas, homeostase da glicose, metabolismo energético e funções neurais. Além disso, no íleo, foi encontrada uma diminuição da gastrotropina, que pode estar associada à diarreia, sintoma comum encontrado nos casos de toxicidade por F. Em adição, foram observadas alterações nas diferentes isoformas da miosina, o que pode ter contribuído para as alterações estruturais encontradas na análise histológica realizada anteriormente. Em conclusão, a exposição aguda ao F na maioria das vezes regula negativamente várias proteínas, com ênfase nos parceiros envolvidos na síntese de proteínas, no citoesqueleto e no metabolismo energético, o que pode ajudar a explicar os sintomas gastrointestinais encontrados nos casos de exposição aguda a esse íon. Distintamente do que foi observado no tratamento agudo, no tratamento crônico com ambas as concentrações de F foi observado um aumento na expressão de proteínas, o que pode indicar uma adaptação do corpo, na tentativa de combater os efeitos deletérios desse íon. (AU)

Processo FAPESP: 16/09100-6 - Análise proteômica do jejuno e íleo em ratos expostos a dose aguda ou crônica de fluoreto.
Beneficiário:Aline Dionizio Valle
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado