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Aspectos comportamentais e morfo-fisiológicos das trocas gasosas de Phrynops geoffroanus (Wagler, 1830) (Testudines: Chelidae)

Texto completo
Autor(es):
Tábata Elise Ferreira Cordeiro
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Wilfried Klein; Kênia Cardoso Bícego; Adriano Bonfim Carregaro; Marisa Narciso Fernandes; Tiana Kohlsdorf; Marina Rincon Sartori
Orientador: Wilfried Klein
Resumo

Testudines realizam ventilação pulmonar intermitente, um processo conveniente, pois diminui o gasto de energia, principalmente em espécies aquáticas. Algumas espécies de tartarugas aquáticas também são capazes de realizar trocas gasosas com a água, usando a pele, o epitélio bucofaríngeo e/ou as bolsas cloacais como superfície de troca gasosa. Phrynops geoffroanus possui taxas mais baixas de ventilação e consumo de oxigênio no ar quando comparado a outras tartarugas, sugerindo uma estratégia de troca bimodal de gases nessa espécie. Este trabalho, portanto, teve como objetivo entender os mecanismos de troca gasosa em Phrynops geoffroanus, testando a hipótese de que a espécie possui tecidos extrapulmonares capazes de absorver oxigênio do ambiente aquático. Para responder a essa questão, optou-se por uma abordagem integrativa, investigando a hipótese de trabalho utilizando diferentes métodos, considerando aspectos comportamentais, morfológicos e fisiológicos. Além disso, o primeiro capítulo desta tese apresenta a proposta de um protocolo anestésico para uso em experimentos fisiológicos. A combinação de cetamina (40mg.kg-1) e midazolam (2mg.kg-1) fornece uma combinação anestésica eficaz, permitindo procedimentos cirúrgicos de curto prazo em P. geoffroanus. Na abordagem comportamental, observamos que P. geoffroanus foi capaz de passar longos períodos submersos e que na maioria das vezes os animais permaneceram em repouso. As análises morfológicas do tegumento, da cavidade bucofaríngea, das bolsas cloacais e dos pulmões descartaram a possibilidade de ocorrência de trocas gasosas aquáticas na pele e na boca. Os achados morfométricos mostraram que a densidade de volume padronizada por massa e a área da superfície respiratória eram significativamente maiores nos pulmões do que nas bolsas cloacais. Experimentos fisiológicos confirmaram que P. geoffroanus não foi capaz de absorver oxigênio através da cavidade bucofaringeal e bolsas cloacais, mesmo sob condições de hiperóxia aquática. Conclui-se, portanto, a partir da presente data que P. geoffroanus não realiza trocas gasosas extrapulmonares em proporções adequadas para a manutenção das necessidades metabólicas básicas da espécie, uma vez que as diferentes abordagens aqui empregadas, comportamentais, morfológicas e fisiológicas, não forneceram nenhum suporte para uma estratégia de troca bimodal de gases nesta espécie. (AU)

Processo FAPESP: 16/17200-0 - Estratégias de respiração bimodal em espécies do gênero Phrynops (Wagler, 1830) e em Chelus fimbriata (Schneider, 1783)
Beneficiário:Tábata Elise Ferreira Cordeiro
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado