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Ciclagem de fósforo pela braquiária consorciada com o cafeeiro

Texto completo
Autor(es):
João Leonardo Corte Baptistella
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Mazzafera; Sara Adrián López de Andrade; Paulo Sergio Pavinato
Orientador: Paulo Mazzafera
Resumo

O cultivo de café no Brasil ocorre, em sua maioria, a pleno sol com o solo descoberto, o que favorece o aparecimento de estresses ao cafeeiro, principalmente por altas temperaturas no solo e falta de água. Um jeito de se amenizar esses efeitos negativos é a adoção do consórcio café-braquiária. O consórcio promove vários benefícios, dentre eles a solubilização e ciclagem de nutrientes como o fósforo (P). Nesse sistema, a braquiária, que cresce na entrelinha do cafezal, é roçada e seus resíduos depositados sob a saia do cafeeiro. Por possuir um sistema radicular que explora grande volume de solo, a braquiária seria capaz de absorver nutrientes fora da zona de alcance do cafeeiro, disponibilizando-os após decomposição ao mesmo e aumentando a ciclagem de nutrientes. Embora importante, do ponto de vista de uso eficiente de recursos, existe pouca informação na literatura sobre a ciclagem de P nesse sistema de produção. O objetivo desse trabalho foi estudar a ciclagem de P pela braquiária consorciada com o cafeeiro e comparar espécies da forrageira quanto a aquisição e uso do P. Para isso realizou-se três experimentos: (I) campo, (II) rizotron e (III) hidroponia. No experimento I, forneceu-se P em três profundidades de solo (30, 60 e 90 cm) sob braquiária decumbens (Urochloa decumbens) cultivada na entrelinha de um cafezal; analogamente, no exp. II forneceu-se P ao longo do perfil de solo (até 2 m) de rizotrons cultivados com braquiária decumbens. Em ambos os casos o objetivo era verificar a capacidade da braquiária para ciclagem de P em profundidade, por isso a biomassa de raiz e parte aérea, o fracionamento do P no perfil e o acúmulo de nutrientes na parte aérea de braquiária foram avaliados. O exp. III, consistiu no cultivo de 3 espécies de braquiária - decumbens, brizanta (Urochloa brizantha) e ruziziensis (Urochloa ruziziensis) - em solução nutritiva sob 4 níveis de disponibilidade de P - 0.2, 0.5, 1 e 2 µM.L-1. Nesse caso, o objetivo era avaliar as diferenças entre espécies na aquisição de P, avaliando a produção de biomassa, atividade de fosfatase ácida e exsudação de ácidos orgânicos pelas raízes. Considerando os resultados dos três experimentos em conjunto, a magnitude da ciclagem de P depende da produção de biomassa de parte aérea correlaciona positivamente (r > 0.9) com a disponibilidade do elemento até 80 cm de profundidade. Embora ela seja eficiente em utilizar e absorver o P, não foram verificados efeitos de mobilização das frações mais recalcitrantes do P do solo a campo ou no rizotron, possivelmente pelo limitado tempo de avaliação. Os resultados da hidroponia sugerem que existem diferenças entre espécies de braquiária quanto a eficiência de uso do P e crescimento, com melhor desempenho geral da braquiária ruziziensis. Portanto, dependendo da fertilidade e manejo do sistema, a espécie de braquiária mais adequada pode ser diferente. (AU)

Processo FAPESP: 18/02497-3 - Ciclagem de fósforo pela braquiária consorciada com cafeeiro
Beneficiário:João Leonardo Corte Baptistella
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado