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Biologia floral e reprodutiva e anatomia do labelo de Cyrtopodium polyphyllum Vell. (Orchidaceae, cyrtopodiinae)

Texto completo
Autor(es):
Ludmila Mickeliunas
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Marlies Sazima; Silvana Buzato; Mardiore Tanara Pinheiro dos Santos; Eliana Regina Forni Martins
Orientador: Marlies Sazima
Resumo

O gênero Cyrtopodium Schltr. apresenta cerca de 42 espécies, sendo que 28 delas ocorrem no Brasil. Entre essas espécies Cyrtopodium polyphyllum Vell. (Sinônimo: Cyrtopodium paranaense Schltr.) ocorre, principalmente, na região litorânea do sul e sudeste brasileiros. As duas populações estudadas ocorrem na planície litorânea de Picinguaba e Praia da Fortaleza, Ubatuba-SP. Em ambas as regiões foram estudadas a fenologia, a morfologia floral, a anatomia do labelo, bem como observados os visitantes florais e identificados os mecanismos de polinização de C. polyphyllum. Também foram feitos experimentos para verificar o sistema reprodutivo da espécie. A quantidade de sementes potencialmente viáveis obtidas em cada tratamento, bem como a taxa de frutificação em ambiente natural foram determinadas para avaliar o sucesso reprodutivo. Os resultados dos estudos anatômicos foram comparados com os de outra espécie de Cyrtopodiinae, Grobya amherstiae Lindl. Cyrtopodium polyphyllum não oferece recursos aos seus polinizadores, que são atraídos às flores por engano. Cyrtopodium polyphyllum ocorre simpatricamente e, aparentemente, mimetiza flores de outras espécies que oferecem recursos, como Crotalaria incana (Fabaceae) e Stigmaphyllon sp. (Malpiguiaceae). Além da polinização por fator biótico, algumas flores de C. polyphyllum são autopolinizadas por gotas de chuva, um mecanismo que até então não havia sido descrito para Cyrtopodiinae. Cyrtopodium polyphyllum é autocompatível, mas dependente de polinizadores para a transferência de pólen. O grau de autocompatibilidade varia bastante entre as populações estudadas. Os frutos formados através das autopolinizações manuais, das polinizações cruzadas, assim como os desenvolvidos em condições naturais, apresentam alta taxa de sementes potencialmente viáveis e algumas exibem poliembrionia. Um estudo anatômico das glândulas florais presentes no labelo de Cyrtopodium polyphyllum e Grobya amherstiae foi efetuado com o propósito de relacionar a função desempenhada por estas estruturas com o processo de polinização. Ambas as espécies apresentam osmóforos, estruturas responsáveis pela produção dos odores característicos de cada espécie. Cyrtopodium polyphyllum possui dois tipos de osmóforos: um composto por papilas unicelulares, distribuídas pela superfície adaxial do labelo, e outro composto por emergências pluricelulares, presentes na região do calo do labelo. Em G. amherstiae os osmóforos são compostos por uma única camada de células epidérmicas, e ocorrem em toda a superfície abaxial do labelo. Grobya amherstiae apresenta, ainda, elaióforos, sendo um no ápice do labelo e outro na base da coluna. O elaióforo do ápice do labelo é de estrutura mista, composto por tricomas unicelulares glandulares e epiderme em paliçada, enquanto o da base da coluna é tricomáceo, apresentando apenas tricomas glandulares. Além de osmóforos e elaióforos, G. amherstiae apresenta também um guia de óleo na superfície adaxial do labelo formado por células papilosas (AU)

Processo FAPESP: 04/12531-1 - Biologia floral e reprodutiva de Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros (Orchidaceae, Cyrtopodiinae): anatomia de estruturas secretoras e análise química dos recursos florais
Beneficiário:Ludmila Mickeliunas Pansarin
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado