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Regime de metas de inflação na América Latina: o papel da taxa de câmbio

Texto completo
Autor(es):
Lucas Antonio Moisés Freddo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernando Monteiro Rugitsky; Nelson Henrique Barbosa Filho; Júlia de Medeiros Braga; Gilberto Tadeu Lima
Orientador: Fernando Monteiro Rugitsky
Resumo

Diversas economias emergentes adotaram metas de inflação como arcabouço de política monetária nas últimas décadas - geralmente após um período de algum tipo de política de câmbio fixo. Sob um regime de metas de inflação, em teoria, a taxa de câmbio deveria flutuar livremente. As autoridades monetárias, na verdade, deveriam se preocupar com a propagação de efeitos secundários de movimentos da taxa de câmbio sobre os preços - através da demanda e/ou das expectativas, mas sem tentar influenciar a própria trajetória da taxa de câmbio. A realidade de economias emergentes, no entanto, revela que a taxa de câmbio é de crucial importância não apenas para a condução da política monetária mas também devido a seus efeitos sobre a economia doméstica, por causa de suas susceptibilidades e vulnerabilidades aos fluxos de capital pró-cíclicos. Neste sentido, o objetivo desta dissertação é o de investigar como movimentos da taxa de câmbio influenciam intervenções no mercado das autoridades monetárias latino-americanas (Brasil, Chile e Colômbia) através de dois instrumentos, isto é, do mercado de câmbio e da taxa de juros de curto-prazo, estimando, neste último caso, funções de reação monetária. A principal contribuição é a incorporação de potenciais assimetrias ¬- maior preocupação com apreciação ou depreciação cambial - no comportamento das autoridades monetárias. Os resultados esclarecem o fato de que, apesar de a taxa de câmbio desempenhar um papel crucial para os regimes de metas de inflação na América Latina, a utilização dos instrumentos variaram em termos de intensidade, propósito e assimetria em relação a movimentos da taxa de câmbio. No Brasil, as autoridades monetárias comportaram-se assimetricamente com relação a depreciações cambiais, com ambos instrumentos. No Chile, a assimetria verificada foi com relação a apreciações cambiais, também com ambos instrumentos, mas as intervenções no mercado cambial foram bem mais modestas. Na Colômbia, as autoridades monetárias comportaram-se assimetricamente com relação a apreciações cambiais no mercado de câmbio, sem evidência de assimetria através da taxa de juros. A potencial razão por trás das assimetrias também é diferente: enquanto no Brasil as autoridades monetárias preocuparam-se mais com depreciações cambiais, potencialmente por causa de questões relacionadas aos seus objetivos de inflação, no Chile e na Colômbia, elas preocuparam-se mais com apreciações cambiais, potencialmente por causa de questões relacionadas ao balanço de pagamentos. Ademais, a intensidade e a frequência das intervenções, especialmente no mercado de câmbio, levantam a questão, para os casos do Brasil e da Colômbia, se as autoridades monetárias tentaram influenciar de alguma maneira a própria trajetória da taxa de câmbio. (AU)

Processo FAPESP: 17/23188-6 - Regime de metas de inflação na América Latina: o papel da taxa de câmbio
Beneficiário:Lucas Antonio Moises Freddo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado