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Emboladas Tipográficas em Campina Grande (PB): permanências e rupturas na edição dos folhetos do poeta Toinho da Mulatinha (1925-2016)

Texto completo
Autor(es):
Milla Maues Pelucio Pizzignacco
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Estudos Brasileiros (IEB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Teixeira Iumatti; Alberto Tsuyoshi Ikeda; Rosilene Alves de Melo; Sylvia Regina Bastos Nemer
Orientador: Paulo Teixeira Iumatti
Resumo

Esta dissertação de mestrado, inserida na linha de pesquisa \"Brasil: tensões, rupturas e continuidades entre passado, presente e futuro\", tem como objetivo central dimensionar os processos sociais, culturais e históricos que impactaram a edição e a circulação dos folhetos de feira (cordel) em Campina Grande - Paraíba, por meio da análise da trajetória e produção do poeta Toinho da Mulatinha (Antônio Patrício de Souza, 1925 - 2016). A pesquisa, propõe uma perspectiva expandida sobre a obra do poeta-embolador (1950 - 2010), mas tem como baliza cronológica medular o período entre as décadas de 1950 e 1980, no qual o cordelista circulou ativamente pelo itinerário geo-poético paraibano - cantando embolada de coco e comercializando folhetos de feira - e desenvolveu extensa produção de cordel em tipografias especializadas no gênero, fundando a \"Folhetaria Estrela do Oriente\". Poeta de profissão mantenedor de banca de folhetos durante 60 anos na Feira Central de Campina Grande, Toinho propiciou encontros com agentes do circuito folheteiro campinense substanciais para a composição desse trabalho: Manoel Camilo dos Santos (poeta-editor), Antônio Lucena (poeta-xilogravador), José Alves Sobrinho (poeta-pesquisador) e Manoel Monteiro, propulsor do \"novo cordel\" na cidade. Ao atravessar o auge e a queda da indústria gráfica especializada em folhetos na Paraíba, Mulatinha reinscreveu sua produção no início do século XXI de acordo com as possibilidades técnicas/financeiras de materialização das próprias publicaç ões, auferindo resultados estéticos que desafiam imaginários folcloristas enraizados nas políticas públicas da terra do \"Maior São João do Mundo\". Nessa direção, essa dissertação tem como principais eixos de discussão: A relação entre forma artística e forma social no âmbito dos processos de globalização econômica e mundialização da cultura; os sistemas de hibridação cultural (entre cultura popular tradicional, cultura letrada e indústria cultural) no quadro das transformações da produção, difusão e consumo da literatura de folhetos em Campina Grande; os movimentos de descolonização intelectual no Brasil e as vinculações dos/as cordelistas com universidades locais; a gestão municipal dos bens culturais campinenses no contexto de mercantilização dos patrimônios nacionais. Os processos de patrimonialização da Feira Central de Campina Grande (2017) e da Literatura de Cordel (2018) pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), motivam análises relativas às dimensões implicadas nas ações de fomento e salvaguarda das culturas populares na contemporaneidade, abrindo espaço para exposição das tensões e negociações entre diferentes campos de saber/ poder e das práticas de (r)existência urdidas por aqueles/as que aprenderam a viver nas \"brechas\". Trata-se de uma investigação multidisciplinar inserida na área de concentração de \"Estudos Brasileiros\", na qual a pesquisa documental, o trabalho de campo e a coleta de narrativas, subsidiada teoricamente pela História Oral, constituem recursos metodológicos centrais no levantamento dos dados que suscitam as discussões inscritas neste texto. (AU)

Processo FAPESP: 17/21761-0 - Emboladas tipográficas em Campina Grande (Pb): permanências e rupturas na edição dos folhetos do poeta Toinho da Mulatinha
Beneficiário:Milla Maués Pelúcio Pizzignacco
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado