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Instabilidade e potência: etnografia do tratamento hospitalar de pacientes com tuberculose em um centro de referência

Texto completo
Autor(es):
Juliana Ramos Boldrin
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Taniele Rui; Anna Catarina Morawska Vianna; Daniela Tonelli Manica
Orientador: Taniele Rui
Resumo

Esta composição etnográfica versa sobre uma transformação corporal ocorrida com pacientes em internação voluntária ou compulsória de longa duração para tratamento de tuberculose no Hospital Estadual Nestor Goulart Reis, uma instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) localizada na cidade de Américo Brasiliense, no interior do Estado de São Paulo. Nesse hospital, que é um centro de referência no tratamento exclusivamente hospitalar da tuberculose, realizei pesquisa de campo tanto com profissionais de saúde - enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, técnicos de laboratório, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogo, médicos, terapeutas ocupacionais -, quanto com pacientes. As internações de longa duração são direcionadas a pacientes que abandonam e/ou recusam o tratamento ambulatorial (a forma padrão de tratamento dessa doença desde os anos 1980) em decorrência do que aparece no hospital e nos documentos como motivo social, ou seja, a situação de rua, o consumo de drogas - especialmente crack -, e a pobreza, enquanto vetores que podem ou não ser sobrepostos. Nesse contexto, procuro deslindar como o tratamento da tuberculose produz uma transformação corporal radical que parte de um corpo em fim de linha, debilitado, considerado inapto para o convívio público, e chega em um corpo pretendido como estabilizado na cura. Para evidenciar a transformação corporal, tomo duas classificações que permeiam as várias dimensões do tratamento hospitalar - as classificações biomédicas dos pacientes em positivos, no estado contagioso, e negativos, no estado não contagioso ¿ para descrever os aspectos biológicos e sociais da tuberculose, bem como as formas pelas quais a doença é manuseada clinicamente, espacialmente e temporalmente. Com isso, procuro contribuir aos debates sobre cuidado, situações-limite e internações compulsórias no campo da saúde (AU)

Processo FAPESP: 17/07301-7 - Do bacilo ao corpo doente: etnografia da produção da doença em um centro de referência no tratamento hospitalar da tuberculose
Beneficiário:Juliana Ramos Boldrin
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado