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Avaliação do comportamento da pressão intra-abdominal e da incidência de hipertensão intra-abdominal em pacientes submetidos a transplante de fígado

Texto completo
Autor(es):
Estrella Bianca de Mello
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Luiz Augusto Carneiro D Albuquerque; Ilka de Fatima Santana Ferreira Boin; Luciana Bertocco de Paiva Haddad; Luiz Marcelo Sá Malbouisson
Orientador: Luiz Augusto Carneiro D Albuquerque
Resumo

Introdução: Hipertensão intra-abdominal (HIA) e síndrome compartimental abdominal (SCA) estão associadas a disfunções orgânicas incluindo injúria renal aguda (IRA) e risco de óbito após o transplante hepático. O melhor entendimento da fisiopatologia da HIA tem resultado na redução da pressão intra-abdominal (PIA) e, por conseguinte, na redução da incidência de HIA. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento da PIA e suas repercussões clínicas nos primeiros dias após o transplante de fígado. Métodos: Foram avaliados 104 pacientes submetidos à cirurgia de transplante hepático no período de 7 dias pós-operatórios. Após a indução da anestesia, foi inserida sonda vesical ligada a sistema fechado de medida de PIA pela via intravesical e zerada na altura da linha axilar média. A PIA, a pressão arterial média (PAM) e a pressão de perfusão abdominal (PPA) foram aferidas ao final da cirurgia e a cada 6 horas nas primeiras 72 horas em pacientes que tiveram a cavidade abdominal fechada. Para avaliar desfechos, os pacientes foram classificados em dois grupos: com (HIA+) ou sem (HIA-) hipertensão intraabdominal. Foram avaliados: função hepática, função renal, necessidade de vasopressores, ventilação mecânica e hemodiálise. No 3º e 7º dias pósoperatórios (PO), foi analisada a captação hepática do verde de indocianina (ICG) pelo método LiMON®. Resultados: A incidência de HIA neste estudo foi de 14,4%, sem casos de SCA. Setenta pacientes apresentaram algum grau de disfunção renal, sendo 12 no grupo HIA+ e 58 no grupo HIA- (p = 0,355). Após 48 horas, 60% do grupo HIA+ estavam em ventilação mecânica versus 26,7% no grupo HIA- (p = 0,016). A prevalência de diálise ao final da primeira semana de pós-operatório foi maior no grupo HIA+ 31,3% vs 10,8% HIA- (p = 0,047). O clearance do ICG no 3PO e no 7PO foi semelhante nos grupos HIA+ e HIA-. As taxas de reoperação (12,4% vs. 20%), retransplante (10,1% vs.13,3%) e óbito (14% vs. 18,2%) foram semelhantes nos grupos HIA- e HIA+, respectivamente. Conclusões: No presente estudo, a incidência de HIA foi baixa, não sendo observado SCA. Contudo, a presença de HIA esteve associada à maior necessidade de ventilação mecânica e hemodiálise. Apesar disto, não esteve associada à maior necessidade de reoperação, retransplante ou maior taxa de óbitos (AU)

Processo FAPESP: 16/18394-3 - Avaliação do comportamento da pressão intra-abdominal e da incidência de hipertensão intra-abdominal em pacientes submetidos a transplante de fígado
Beneficiário:Estrella Bianca de Mello
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto