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Avaliação in vitro e in vivo da atividade de frações e compostos isolados de Phyllanthus amarus contra o Schistosoma mansoni linhagem BH

Texto completo
Autor(es):
Claudineide Nascimento Fernandes de Oliveira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Silmara Marques Allegretti; Mara Cristina Pinto; Marili Villa Nova Rodrigues; Lizandra Guidi Magalhães; Josué de Moraes
Orientador: Silmara Marques Allegretti; Vera Lucia Garcia
Resumo

A propagação da esquistossomose e a ameaça de tolerância e resistência ao fármaco de escolha, o praziquantel, têm intensificado as pesquisas utilizando plantas medicinais com o intuito de promover o desenvolvimento de novos fármacos esquistossomicidas. A planta Phyllanthus amarus (quebra-pedra) possui atividades antiinflamatória e hepatoprotetora já comprovadas cientificamente, o que fez com que a mesma fosse selecionada para este estudo, uma vez que a principal patologia da esquistossomose é a formação de granulomas (processo inflamatório) no fígado. Esse trabalho teve como objetivo fazer um fracionamento biomonitorado do extrato etanólico de P. amarus por meio de ensaios in vitro e in vivo com o intuito de verificar a ação esquistossomicida dessa planta contra o S. mansoni linhagem BH. Para a realização dos testes in vitro, os vermes adultos coletados foram incubados em placas contendo meio de cultura RPMI 1640, um casal de verme e amostras de extrato etanólico bruto, frações de diferentes polaridades ou lignanas isoladas nas concentrações 200, 100, 50 e 25 ?g/mL. Os vermes foram observados por um período de 72 horas, sendo avaliados a taxa de mortalidade, a oviposição, o acasalamento e as alterações tegumentares. A melhor atividade in vitro foi observada com a fração 2 butanólica, pois foi letal para 100% dos vermes em 48 h de observação, sendo assim selecionada para os testes in vivo. A fração 2 butanólica é composta majoritariamente por lignanas, por isso algumas delas (nirantina, filantina + nirantina e filantina + filtetralina + nirtetralina), mesmo não sendo efetivas nos testes in vitro, foram selecionadas para avaliação in vivo. Nos testes in vivo camundongos Balb/c foram tratados oralmente, 45 ou 60 dias após a infecção. No 45° dia de infecção os animais foram tratados com 100 e 200 mg/kg da fração 2 butanólica, 100 mg/kg das lignanas nirantina, filantina + nirantina e filantina + filtetralina + nirtetralina em dose única e 100 mg/kg da fração 2 butanólica distribuídos em 3 dias consecutivos. Já no 60° dia de infecção o tratamento foi feito em dose única com a fração 2 butanólica, nirantina, filantina + nirantina e filantina + filtetralina + nirtetralina (100mg/kg). A atividade in vivo foi avaliada com base nos seguintes parâmetros: ação sobre os vermes adultos, ovos eliminados nas fezes, oograma, formação das reações granulomatosas, e ação sobre o tegumento (feita por microscopia eletrônica de varredura - MEV). Os tratamentos mais efetivos no 45° dia de infecção foram apresentados pelos grupos tratados com filantina + nirantina e nirantina (100mg/kg). A lignana nirantina apresentou taxa de redução do número de ovos de 90,3% e a associação da filantina + nirantina, 63,8%. Os resultados referentes aos demais parâmetros (redução do total de vermes, de vermes fêmeas e do número de granulomas) foram semelhantes, apresentando taxas de redução em torno de 58%. Além dessas alterações, as imagens obtidas por MEV mostraram extensas lesões no tegumento dos vermes machos. No 60° dia de infecção, a associação de lignanas filantina + nirantina e a fração 2 butanólica (100mg/kg) apresentaram as taxas de redução mais significativas: 50,8% e 46,7% para o número total de vermes, 47,2% e 42,7% para o número de vermes fêmeas, 87,5% e 98,3% para o número de ovos e 44% e 18% para o número de granulomas, respectivamente. Assim sendo, de acordo com os parâmetros biológicos avaliados neste trabalho, a associação das lignanas filantina: nirantina na concentração de 100 mg/kg revelou um efeito esquistossomicida promissor, uma vez que foi efetiva nos dois períodos estudados (AU)

Processo FAPESP: 09/10324-2 - Estudo da atividade dos compostos isolados do extrato etanólico de Phyllanthus amarus L. contra o Schistosoma mansoni linhagem BH
Beneficiário:Claudineide Nascimento Fernandes de Oliveira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado