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Interações entre o morcego Sturnira lilium (Chiroptera: Phyllostomidae) e plantas da família Solanaceae

Texto completo
Autor(es):
Marco Aurelio Ribeiro de Mello
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Wesley Rodrigues Silva; Marcelo Rodrigues Nogueira; Ariovaldo Pereira Cruz Neto; Mauro Galetti Rodrigues; João Vasconcellos Neto
Orientador: Elisabeth Klara Viktoria Kalko; Wesley Rodrigues Silva
Resumo

Morcegos têm grande importância ecológica nos Neotrópicos, por serem muito diversos, abundantes e interagirem com várias espécies de plantas e animais. Os morcegos filostomídeos da subfamília Stenodermatinae são frugívoros especializados e importantes dispersores de sementes, sendo que Sturnira lilium tem preferência por frutos de Solanaceae, uma família de grande valor ecológico e econômico. O objetivo do presente estudo foi investigar quatro aspectos principais e testar hipóteses relacionadas à maneira como essa interação ocorre e afeta ambos os grupos. De acordo com o esperado, a dieta de S. lilium foi inteiramente frugívora com uma forte dominância de solanáceas. A abundância de morcegos apresentou dois picos curtos ao longo do ano, ao contrário da produção de frutos que teve um pico único, porém mais longo. Os morcegos deixaram a área durante os meses mais frios e provavelmente migraram para altitudes mais baixas e quentes para escapar do clima severo e procurar por frutos de Solanaceae. A maioria das fêmeas de S. lilium se reproduziu durante os meses mais úmidos e quentes, durante a maior oferta de frutos. As solanáceas mostraram ser uma fonte de alimento confiável para S. lilium e sua fenologia pareceu regular a dinâmica populacional dos morcegos. S. lilium não apresentou fidelidade aos refúgios noturnos e diurnos, e usou uma grande distância de comutação e uma grande área de forrageio em comparação com outros pequenos mamíferos. A dispersão de sementes por S. lilium pareceu ser altamente benéfica para as plantas, de acordo com as hipóteses clássicas de fuga, colonização e dispersão limitada. Não observei evidências de fobia lunar em S. lilium, apesar de ter observado em outros dois filostomídeos frugívoros, Artibeus lituratus e Carollia perspicillata. As diferenças nas respostas à luz da Lua podem ser explicadas pelo habitat de forrageio, a dieta e distribuição espaço-temporal das plantas-alimento, e podem ter conseqüência para o sucesso reprodutivo das plantas-alimento. Os resultados do presente trabalho confirmam que a relação entre S. lilium e as solanáceas é muito forte, e que ela também é benéfica para ambos os grupos, afetando as populações de morcegos e plantas e consequentemente a estrutura de toda a comunidade (AU)

Processo FAPESP: 02/09286-0 - Influência das variações climáticas estacionais sobre as interações morcego-planta: efeitos sobre os padrões de forrageio e dispersão de sementes, em morcegos da espécie Sturnira lilium
Beneficiário:Marco Aurelio Ribeiro de Mello
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado