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Efeitos tardios da exposição ao bisfenol A na mama de fêmeas de gerbilos durante o período gestacional e lactacional

Texto completo
Autor(es):
Thalles Fernando Rocha Ruiz
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São José do Rio Preto. 2022-03-08.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas. São José do Rio Preto
Data de defesa:
Orientador: Sebastião Roberto Taboga
Resumo

As glândulas mamárias apresentam grande plasticidade morfológica devido ao seu remodelamento associado à modulação por hormônios durante as fases da vida. O estabelecimento do câncer de mama vem sendo relacionado com compostos chamados desreguladores endócrinos. O bisfenol A (BPA), um xenoestrógeno disseminado nos ambientes, é alvo de estudos aprofundados sobre seu potencial cancerígeno devido à sua atuação em diversos níveis dos sistemas biológicos. Ainda, a exposição à este desregulador endócrino causa efeitos persistentes nos organismos observados tardiamente. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o potencial desregulador do BPA nas glândulas mamárias de fêmeas senis expostas durante duas janelas de remodelamento mamário, a gestação e lactação. Foram utilizados gerbilos da Mongólia (Meriones unguiculatus) como modelo experimental devido seu potencial para o desenvolvimento espontâneo de neoplasias. Vinte fêmeas foram divididas em 4 grupos experimentais: controle (gavadas com água); veículo (gavadas com óleo de milho); BPA (50 µg/kg/dia); e BPA (5000 µg/kg/dia). As fêmeas foram expostas durante 39 dias (gestação e lactação) e eutanasiadas aos 18 meses de idade (senis). Análises histopatológicas demonstraram o início do desenvolvimento tumoral, associados à transição epitélio-mesenquimal (EMT) das células epiteliais. Ainda, a exposição ao BPA apresentou um aumento na expressão de TGF-β1, indicado como marcador do processo de EMT. Um perfil microinvasivo foi observado pela expressão de metaloproteases (MMP-2, MMP-3, MMP-9) pelas células tumorais. O BPA promoveu um microambiente estromal com aumento de fibroblastos associados ao câncer e remodelamento das fibras colágenas e elásticas. Em relação aos receptores, no carcinoma induzido pelo BPA apresentou um aumento expressivo no receptor de estrógeno ERα, e uma perda da expressão dos receptores ERβ, de progesterona e de prolactina. Nas células que expressaram ERα foi co-localizado o marcador epigenético EZH2, relacionado à instalação tumoral ERα-positivo. Ainda, o BPA modulou a localização dos receptores de andrógeno (AR) e HER2/ErbB2 nas células do epitélio mamário. Por fim, a exposição ao BPA promove um microambiente tumoral (TME) que corrobora com o desenvolvimento neoplásico mamário. O recrutamento de elementos como perfis de macrófagos e mastócitos associados ao câncer expressando meidadores inflamatórios foi observado no estroma. Ainda, a expressão de COX-2 e fosfo-STAT3 nas células neoplásicas contribuem com a sinalização epitélio-estroma para o desenvolvimento do TME. Em conclusão, o BPA apresenta-se como um indutor carcinogênico do câncer de mama durante a senilidade após a exposição na janela gestacional/lactacional. (AU)

Processo FAPESP: 20/01240-9 - Efeitos tardios da exposição ao bisfenol A na mama de fêmeas de gerbilos durante o período gestacional e lactacional
Beneficiário:Thalles Fernando Rocha Ruiz
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado