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Para além do horizonte planejado: racismo e produção do espaço urbano em Belo Horizonte (séculos XIX e XX)

Texto completo
Autor(es):
Josemeire Alves Pereira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Lucilene Reginaldo; Ana Flávia Magalhães Pinto; Angela Maria da Silva Gomes; Robert Wayne Andrew Slenes; Mário Augusto Medeiros da Silva
Orientador: Lucilene Reginaldo
Resumo

A presença e agência de população de origens africanas têm caracterizado de modo fundamental, desde o período colonial, a produção do território escolhido, ao final do século XIX, para abrigar uma nova sede administrativa do Governo do Estado de Minas Gerais. Este fato, embora bem documentado em fontes como mapas de população, registros eclesiásticos, policiais, judiciais, iconográficos, literários, documentação cartorial, dentre outras fontes, não é reconhecido nas narrativas que produzem a existência simbólica da cidade de Belo Horizonte. O estudo de que resulta esta tese toma como ponto de partida este aparente paradoxo estabelecido entre o silêncio acerca da existência e a agência de população de africanas/os, pretas/os, pardas/os (estas/es últimas/os também classificadas/os em diferentes épocas como mulatas/os, mestiças/os), no povoado do Curral Del Rey, onde se instalou a nova capital, Belo Horizonte, e a existência de incontestáveis indícios documentais sobre o tema. A partir destas fontes, indaguei sobre as razões e os mecanismos de produção desse silêncio e seus significados. A pesquisa possibilitou compreender que o "silêncio" e o próprio paradoxo aqui apontado, emergem como expressões de relações de poder profundamente racializadas, características da formação social da sociedade brasileira, ao longo do tempo e que, aqui podem ser observadas, especialmente no processo de instituição de uma cidade concebida a partir do discurso da modernidade e do progresso pelas elites políticas e econômicas de Minas Gerais, após a Abolição e a instituição da República no país. Além disso, revela como traço de continuidade, a potência transformadora dos movimentos de contraposição a este projeto, atualizada nas vivências de indivíduos e comunidades negras na cidade (AU)

Processo FAPESP: 13/21926-9 - Os que chegam e os que ficam: trajetórias e experiências de famílias negras migrantes em Belo Horizonte - MG (c. 1897 - c. 1950)
Beneficiário:Josemeire Alves Pereira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado