Evolução paragenética e regime de fluidos no sistema Cu-Co Tarzan, Província Carajás

Autor(es)

Rafaela Santeiro de Campos Pinheiro

• Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
• Imprenta: Campinas, SP.
• Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
• Data de defesa: 2019-05-16

Membros da banca

Carolina Penteado Natividade Moreto; Diego Fernando Ducart; Gustavo Henrique Coelho de Melo

• Orientador: Roberto Perez Xavier; Carolina Penteado Natividade Moreto

Resumo

O Domínio Carajás está inserido no setor norte da Província Carajás, no estado do Pará. Reconhecida mundialmente como uma das maiores e mais importantes províncias metalogenéticas do mundo, Carajás destaca-se principalmente pela quantidade significativa de depósitos de óxido de ferro-cobre-ouro (iron oxide¿copper¿gold ¿ IOCG) e de Cu¿Au¿(W¿Bi¿Mo¿Sn). O depósito cupro-cobaltífero Tarzan ocorre hospedado em grauvacas líticas finas a grossas, conglomerados polimíticos e pelitos relacionados à sequência de topo do Supergrupo Itacaiúnas (Formação Igarapé Cigarra), além de diorito subordinado. Concordantes ao acamamento dos siltitos e ritmitos ocorrem nódulos de pirrotita com cobaltita ou calcopirita e layers de calcopirita. A alteração hidrotermal predominante é a cloritização abrangente, marcada por clorita ± sericita ± quartzo. O principal estágio de mineralização é marcado por disseminações, sistemas de veios de calcita + pirrotita + calcopirita + quartzo + cobaltita ± clorita ± biotita ± muscovita ± pirita ± marialita ± turmalina ± magnetita, além de brechas hidrotermais e vênulas em zonas de stockwork de clorita ± sericita ± quartzo ± pirita ± calcopirita. A presença dos nódulos e layers de sulfetos concordantes ao acamamento sedimentar sugere a formação de sulfetos singenéticos no depósito Tarzan, contemporânea à deposição das sequências sedimentares marinhas do Supergrupo Itacaiúnas. Estudos microtermométricos em calcita de veios apontam para dois fluidos hidrotermais distintos: (i) salinos (13,2 a 23,7% peso NaCleq), moderadamente quentes (135,7 a 331,5 ºC) e aquosos com Na+, Ca2+, Mg2+ e Li+ e (ii) hipersalinos (39,1 a 68,6% peso NaCleq), quentes (312 a 562,8 ºC) e aquosos saturados compostos por Na+ e Ca2+. Os fluidos hipersalinos, que teriam sido responsáveis pelo transporte de metais, teriam se misturado a fluidos menos salinos, favorecendo a precipitação do minério. Valores de ?34S em sulfetos de veios, disseminações e nódulos indicam enxofre de fonte híbrida, com componente magmática e externamente derivada, e.g., sulfatos da água do mar. Análises de isótopos de C e O realizadas em amostras de calcita de veios revelaram fonte magmática para o carbono e oxigênio da calcita e fluidos de derivação magmática. O depósito Tarzan revela-se extremamente relevante do ponto de vista metalogenético, onde mineralizações hidrotermais cupro-cobaltíferas epigenéticas se sobrepõem à formação de sulfetos singenéticos neoarqueanos (ca. 2,7 Ga) (AU)

• Processo FAPESP: 17/25114-0 - Evolução paragenética e regime de fluidos no sistema de Cu-Co Tarzan, província Carajás
• Beneficiário: Rafaela Santeiro de Campos Pinheiro
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado