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Especialização regional produtiva e vulnerabilidade territorial no agronegócio globalizado: implicações locais da expansão e crise do setor sucroenergético no Brasil

Texto completo
Autor(es):
Henrique Faria dos Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
Data de defesa:
Membros da banca:
Ricardo Castillo; Denise de Souza Elias; Lisandra Pereira Lamoso; Samuel Frederico; Mateus de Almeida Prado Sampaio
Orientador: Ricardo Castillo
Resumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar a especialização regional produtiva e a vulnerabilidade territorial decorrente da dinâmica de expansão e crise do setor sucroenergético no Brasil a partir do início do século XXI. Durante a década de 2000, o setor sucroenergético passou por um novo ciclo de expansão no território brasileiro, com o crescimento da demanda de etanol e açúcar no mercado interno e externo e os investimentos de corporações nacionais e transnacionais na instalação de novas usinas sucroenergéticas (greenfields) e modernização de outras já existentes (brownfields), bem como na ampliação das áreas de cultivo da cana-de-açúcar e na incorporação de novas técnicas de produção agrícola, agroindustrial e logística. Sempre tendo papel estratégico, o Estado foi um grande incentivador desse momento, elaborando e executando diversas políticas de cunho neoliberal que favoreceram os investimentos privados, a fluidez territorial e os ganhos de competitividade. Os vetores de expansão geográfica sucroenergética se estabeleceram nas áreas mais propícias do Centro-Sul do país (estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná), atingidas pela ampliação da monocultura canavieira ao redor das usinas que elevou os contextos de especialização produtiva e a consolidação de tradicionais e de novas Regiões Produtivas do Agronegócio Sucroenergético (RPAS). Contudo, na década de 2010 o setor apresentou grande dificuldade, em função dos desdobramentos da crise econômica e financeira internacional de 2007-2008 e de vários fatores de natureza conjuntural e técnico-estrutural que culminaram numa onda de pedidos de recuperação judicial, falências, fechamento de dezenas de usinas, Fusões e Aquisições (F&A), aprofundando o processo de centralização do capital que já vinha ocorrendo no momento anterior de expansão. A crise, por sua vez, afetou vários municípios excessivamente especializados e economicamente dependentes da agroindústria sucroenergética, resultando em diversas implicações locais como: aumento do desemprego, diminuição da renda dos habitantes, fechamento de empresas (indústrias e serviços direta ou indiretamente ligados à atividade), dívidas de usinas com funcionários e fornecedores, colapso do comércio das cidades, queda da arrecadação fiscal das prefeituras, entre outras. Dado o grande número de usinas em recuperação judicial e com alto risco de paralisar suas atividades, assim como de outras pouco modernas, exacerbadamente endividadas e vulneráveis ao instável mercado fundado na lógica das commodities, vários municípios produtivos do agronegócio sucroenergético apresentam baixa resiliência e um alto nível de vulnerabilidade territorial à crise econômica provocada pelo fechamento de usinas (AU)

Processo FAPESP: 17/15377-3 - Especialização regional produtiva e vulnerabilidade territorial: implicações locais da expansão e crise do setor sucroenergético no Brasil
Beneficiário:Henrique Faria dos Santos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado