Avaliação clínica, imunológica e microbiológica de gengivite e mucosite experimental em pacientes com histórico de periodontite grau C (periodontite agressiva)

Autor(es)

Tamires Pereira Dutra

• Tipo de documento: Tese de Doutorado
• Imprenta: Piracicaba, SP.
• Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Odontologia de Piracicaba
• Data de defesa: 2022-02-17

Membros da banca

Enílson Antonio Sallum; Karina Gonzales Silverio; Poliana Mendes Duarte; Joni Augusto Cirelli; Marcio Zaffalon Casati

• Orientador: Enílson Antonio Sallum

Resumo

Apesar das aparentes semelhanças entre gengivite e mucosite peri-implantar, diferenças na resposta clínica, inflamatória e microbiológica podem estar presentes entre dentes e implantes e entre pacientes com diferentes históricos periodontais. O objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de abordagens clínicas, imunológicas (Multiplex) e microbiológicas (sequenciamento 16S rRNA), as alterações que ocorrem nos tecidos durante o modelo experimental de gengivite e mucosite peri-implantar, comparando pacientes com histórico de periodontite agressiva generalizada (Periodontite grau C) (H-PerioC) e indivíduos periodontalmente saudáveis (H-Health). Vinte indivíduos (n=10 por grupo), apresentando ao menos um implante unitário do tipo "tissue level", reabilitado com coroa unitária aparafusada (há mais de 6 meses em função) e um dente contralateral em posição semelhante à do implante, foram incluídos. Os indivíduos foram submetidos à abstenção de higiene bucal por 21 dias nas áreas selecionadas (dente e implante), com placa de acetato personalizada. Após este período, retomaram a higiene bucal normalmente e foram acompanhados até o dia 42. Parâmetros clínicos, fluido crevicular e biofilme subgengival foram coletados ao baseline, durante a indução (7-14-21 dias) e remissão (42 dias) do processo inflamatório. Clinicamente, dentes e implantes de ambos os grupos responderam ao protocolo experimental de gengivite/mucosite com variação significativa em todos os parâmetros clínicos ao longo do tempo, porém sem diferença significativa na comparação entre dentes e implantes e entre os grupos (p> 0,05). De modo geral, nenhum dos marcadores inflamatórios e ósseos apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os períodos durante o acúmulo do biofilme (0, 7, 14 e 21) em nenhum sítio ou grupo (p> 0,05). Comparações entre os sítios, no dia 0, mostraram que as concentrações de IFN-?, IL-10, IL-17, IL-4, TNF-? foram significativamente maiores no FCPI (Fluido Crevicular Peri-implantar) em comparação com o FCG (Fluido Crevicular Gengival), no grupo H-Health (p <0,05). Durante a fase de acúmulo de biofilme, as concentrações de IFN-?, IL-10, IL-4 nos implantes se mantiveram significativamente maiores em comparação com as concentrações nos dentes (p <0,05). Não foram observadas diferenças significativas entre dente e implante no grupo H-PerioC. As comparações entre os grupos mostraram que as concentrações de IFN-?, IL-1?, IL-10, IL-17, IL-4 e TNF-? nos implantes foram maiores no grupo de saúde em comparação com o grupo H-PerioC (p <0,05). Por outro lado, nenhuma diferença significativa foi observada nos dentes na comparação entre os grupos H-PerioC e H-Health. O histórico periodontal não revelou impacto significativo na resposta microbiológica de dentes e implantes ao longo da indução/remissão da inflamação. Mudanças significativas na diversidade alfa foram observadas apenas em dentes (ambos os grupos), enquanto a diversidade beta variou significativamente em ambos sítios, contudo, as mudanças ao longo do tempo nos dentes foram mais evidentes do que nos implantes, tanto na análise de PCoA (Análise de Coordenadas Principais) quanto na de volatilidade, independentemente do grupo. Análises em função do tempo (microbioma "core" e heatmap) demonstraram aumento de bactérias aos 21 dias, sugerindo uma maturação do biofilme. Considerando as limitações do presente estudo, é possível concluir que a gengivite e a mucosite experimental, a despeito de não apresentarem diferenças clínicas entre si e entre os grupos, podem apresentar diferenças nos marcadores inflamatórios e parâmetros microbiológicos, sem efeito significativo do histórico periodontal nas alterações microbiológicas (AU)

• Processo FAPESP: 19/01522-7 - Avaliação clínica, imunológica e microbiológica de Gengivite e Mucosite experimental em pacientes com histórico de Doença Periodontal Agressiva
• Beneficiário: Tamires Pereira Dutra
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado