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Fauna bêntica da Elevação do Rio Grande, Atlântico Sudoeste: ecologia e implicações para conservação

Texto completo
Autor(es):
Paulo Vinicius Ferraz Correa
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto Oceanográfico (IO/DIDC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Yukio Gomes Sumida; Angelo Fraga Bernardino; Abilio Soares Gomes; José Angel Alvarez Perez
Orientador: Paulo Yukio Gomes Sumida
Resumo

A Elevação do Rio Grande (ERG) é uma região de interesse comercial e científico devido ao seu potencial para extração de terras raras. O uso e a procura desses elementos se expandiu ao longo dos anos, especialmente com a utilização de energias renováveis (tais como usina eólicas, painéis solares e baterias). Neste cenário, a ERG ganhou a atenção de pesquisadores, do governo brasileiro e outras nações devido ao seu grande potencial para a exploração de crostas ferromanganesíferas, que são importantes fontes de terras raras. Ao contrário da mineração terrestre, não existem precedentes para a exploração mineral em águas profundas. Esta tese visa caracterizar a fauna na ERG e examinar potenciais fatores na estrutura de comunidades e distribuição de espécies na região. Uma revisão na literatura e nas bases de dados OBIS e GBIF mostrou que há pouca informação sobre a fauna e ecologia da ERG. Para ajudar a preencher estas lacunas, foram obtidas e analisadas nesta tese amostras biológicas coletadas em dragas de rochas, vídeos do assoalho marinho e dados batimétricos no Projeto MARINE E-TECH, a partir de dois cruzeiros com os navios N/Oc. Alpha Crucis e RSS Discovery em 2018. Foi observada uma fauna diversa nas amostras, com maior abundância de esponjas, corais, anelídeos, cracas e anfípodes formadores de tubo. Cerca de 30% dos espécimes encontrados estavam associados a organismos maiores. Os vídeos revelaram habitat bastante heterogêneos e que mudavam rapidamente na RGR. Os habitat formados por depósitos de ferromanganês estavam dominados por comunidades distintas, que raramente foram observadas em outros locais. Também foram encontradas variações na estrutura da comunidade em escala regional, com comunidades distintas em cada lado do rifte e no sudoeste da área de estudo. Foram utilizados modelos de aprendizagem de máquina e regressão para predizer a distribuição da Sarostegia oculata, uma esponja de vidro arborescente, que apresentou alta abundância em áreas com crostas de ferromanganês. Os modelos tiveram excelente ou boa performance e um elevado poder de discriminação entre locais de presença e ausência. Os principais fatores para modelar a distribuição foram profundidade, Índice de Posicionamento batimétrico (BPI) em fina escala, e aspecto no sentido norte-sul. Os modelos predisseram uma elevada probabilidade de S. oculata ao longo das bordas do rifte e com um baixo grau de incerteza. A compreensão do potencial impacto no ecossistema é fundamental para a perspectiva de mineração em mar profundo se tornar uma fonte viável de terras raras. Os resultados aqui apresentados serão de interesse para todos os atores relacionados às atividades de mineração e facilitarão a tomada de decisões baseada em evidências científicas em relação a essas atividades. (AU)

Processo FAPESP: 17/11884-8 - Estrutura e Ecologia das comunidades bentônicas da elevação do Rio Grande e sua conservação diante da mineração de mar profundo
Beneficiário:Paulo Vinicius Ferraz Corrêa
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado