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Caracterização química e estudos toxicológicos da própolis vermelha e da sua fonte botânica Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub

Texto completo
Autor(es):
Jennyfer Andrea Aldana Mejía
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Jairo Kenupp Bastos; Juliana de Carvalho da Costa; Bettina Monika Ruppelt; Raquel Alves dos Santos
Orientador: Jairo Kenupp Bastos
Resumo

A própolis vermelha brasileira é o resultado da interação entre as abelhas Apis mellifera e duas espécies vegetais, sendo Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub. (Fabaceae), a fonte primária de isoflavonoides e de outros compostos fenólicos característicos. Esta variedade de própolis tem amplo uso tradicional e várias atividades biológicas relatadas, apresentando alto potencial no desenvolvimento de produtos farmacêuticos. Todavia, há poucos estudos que garantam segurança do seu uso. Neste sentido, este trabalho teve por objetivo realizar a caracterização química, a validação de método analítico e a avaliação do potencial toxicológico in vitro e in vivo da própolis vermelha proveniente de Canavieiras (Bahia). Para tanto, algumas técnicas cromatográficas foram utilizadas para a purificação dos compostos oriundos do extrato hidroalcóolico da própolis vermelha (EPV) e especroscópicas para a identificação dos compostos. Entre estas técnicas, a ressonância magnética nuclear que foi utilizada para aidentificação dos compostos liquiritigenina, calicosina, isoliquiritigenina, vestitol, neovestitol, medicarpina, biochanina A, 7-O-metilvestitol, oblongifolina B e uma mistura dos isômeros gutiferona E / xantoquimol. Posteriormente, foi desenvolvido e validado um método analítico por CLAE-DAD para a análise do extrato incluindo nove dos onze marcadores isolados, priorizando os isoflavonoides. O método apresentou linearidade, seletividade, precisão, exatidão e robustez, de acordo com os delineamentos dos guias de validação utilizados. Uma análise sazonal de amostras desta variedade de própolis também foi realizada, evidenciando maior concentração dos marcadores usados em períodos da estação chuvosa com maior umidade e menor radiação solar. No que se refere aos ensaios biológicos, foram avaliados a atividade citotóxica do EPV, do extrato das folhas (EFD) e do caule (ECD) de D. ecastaphyllum em linhagem de fibroblastos humanos (GM07492A), por meio do ensaio colorimétrico do XTT, sendo observada redução significativa da viabilidade celular em concentrações maiores ou igual a 78 µg/mL. A avaliação do potencial genotóxico dos EPV, ECD e EFD foi conduzida por meio do teste de micronúcleo em células V79 (fibroblastos de pulmão de hamster chinês) e do EPV em sangue periférico de camundongos. Os resultados revelaram a ausência de genotoxicidade dos extratos, tanto in vitro quanto in vivo. Um ensaio de toxicidade aguda por dose única também foi realizado, no qual se evidenciou que a dose letal média (DL50) do EPV por administração oral em ratos Wistar Hannover (fêmeas) é superior a 2000 mg/kg. A partir dos resultados obtidos, foi realizado um ensaio de toxicidade subcrônica do EPV em ratos Wistar Hannover (machos e fêmeas), em doses repetidas de 1000 mg/kg durante 90 dias. Não foram observados sintomas de toxicidade imediata nos animais tratados com EPV, embora tenham sido observadas algumas alterações no peso relativo de alguns tecidos como fígado, tireoide e próstata, bem como em alguns dos parâmetros relacionados à função renal e hepática nos machos. Esses resultados reforçam a importância de que novos estudos sejam realizados de modo a investigar uma possível toxicidade mediada por um consumo prolongado da própolis vermelha. (AU)

Processo FAPESP: 17/26252-7 - Estudos não clínicos de toxicologia da própolis vermelha e de sua fonte botânica Dalbergia ecastophyllum (L.) Taub.
Beneficiário:Jennyfer Andrea Aldana Mejía
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado