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Proteínas de superfície de Mycoplasma agalactiae atuam como adesinas, interagem com proteínas do hospedeiro e ativam vias de dano ao DNA.

Texto completo
Autor(es):
Maysa Santos Barbosa
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Ciências Biomédicas (ICB/SDI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Jorge Timenetsky; Aline Teixeira Amorim; Silvana Beutinger Marchioro; Enrique Mario Boccardo Pierulivo
Orientador: Jorge Timenetsky
Resumo

Agalaxia contagiosa (AC) afeta pequenos ruminantes, é classificada pela World Organisation for Animal Health (OIE) como doença de notificação obrigatória devido ao impacto econômico significativo sobre a produção de ovinos e caprinos. Mycoplasma agalactiae é o principal causador dessa doença e apesar do progresso nos estudos sobre métodos diagnósticos, terapêuticos e de prevenção, as estratégias ainda permanecem ineficientes no controle da AC. O presente estudo teve como objetivo caracterizar funcionalmente proteínas de membrana de M. agalactiae como adesinas e avaliar a interação destas com moléculas e células do hospedeiro. Três proteínas de M. agalactiae (P40 - controle positivo -, MAG_1560 e MAG_6130), caracterizadas in silico como proteínas da membrana antigênicas, foram expressas em Escherichia coli BL21 StarTM (DE3) One Shot e purificadas em uma coluna de afinidade. Posteriormente, coelhos foram imunizados com proteínas recombinantes para a produção de anticorpos policlonais. A localização das proteínas no micro-organismo foi avaliada por colony blotting e western blotting após fracionamento da fase TX-114. Para avaliar se as proteínas recombinantes são adesinas, foram realizados ensaios de adesão à células HeLa e estromais mamárias primárias de ovelhas (sheep primary mammary stromal cells - MSC). Os resultados obtidos confirmaram MAG_1560 e MAG_6130 como lipoproteínas, como a citoadesina P40. As proteínas P40, MAG_1560 e MAG_6130 também demonstraram citotoxicidade ao diminuir a viabilidade celular e aumentar a expressão de genes relacionados às vias de reparo do DNA e genes pró-apoptóticos. Para avaliar a interação destas proteínas com moléculas do hospedeiro realizou-se ensaio de adesão ao plasminogênio, fibrinogênio, lactoferrina e fibronectina. Além disso, este estudo demonstrou que as proteínas MAG_6130 e MAG_1560 tem capacidade de aderir às células eucarióticas e a adesão dessas proteínas às células pode ser inibida por anti-soro específico por ao menos uma metodologia. Além disso, P40 interage significativamente com plasminogênio, e em geral, P40, MAG_6130 e MAG_1560 exibiram ligação significativa à lactoferrina, fibrinogênio e fibronectina, uma característica que poderia potencialmente apoiar o patógeno na colonização do hospedeiro, migração de tecido e evasão imune. Ainda assim, mais estudos serão necessários para estabelecer mais claramente a relação entre P40, MAG_1560 e MAG_6130 e seus efeitos no hospedeiro. Dessa forma, demonstra-se que essas proteínas estão envolvidas na citoadesão e contribuem para a patogenicidade bacteriana das células hospedeiras. Entretanto, ainda não está claro como essas proteínas ativam o sistema imune e qual a via de reparo de DNA é ativada. Os resultados deste estudo contribuiem na melhor compreensão da função das moléculas de superfície em micoplasmas e o papel destas durante a infecção. (AU)

Processo FAPESP: 16/23306-6 - Caracterização funcional e avaliação da antigenicidade e imunogenicidade de proteínas recombinantes de Mycoplasma agalactiae
Beneficiário:Maysa Santos Barbosa
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado