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Biodiversidade de hemoparasitos associados a anfíbios e répteis das regiões centro-oeste e sudeste no Brasil

Texto completo
Autor(es):
Letícia Pereira Úngari
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Botucatu. 2023-03-30.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Instituto de Biociências. Botucatu
Data de defesa:
Orientador: Lucia Helena O'Dwyer
Resumo

O Brasil é considerado um país rico em fauna silvestre, sendo o terceiro colocado no ranking de biodiversidade de répteis e o primeiro colocado no ranking de biodiversidade de anfíbios. Entretanto, apesar de existirem estudos sobre parasitos nestes animais na região Neotropical, ainda há muito a se conhecer sobre a diversidade de parasitos neste grupo de animais. Com isso, o objetivo desse projeto foi identificar e caracterizar a biodiversidade de espécies de hemoparasitos (haemogregarinas e tripanossomas) e ectoparasitos (sanguessugas) associados a répteis e anfíbios procedentes das Regiões Centro-Oeste e Sudeste Brasileiras, abrangendo os Biomas Cerrado e Mata Atlântica considerados os principais em diversidade de herpetofauna. No total, foram coletadas amostras de sangue de 445 animais, sendo 136 répteis (45 crocodilianos, 45 testudines, 31 lagartos e 15 serpentes) e 309 anuros (54 sapos, 161 rãs e 94 pererecas), para análise morfológica, morfométrica e molecular dos hemoparasitos. Além disso, alguns animais foram eutanasiados para coleta de tecidos (fígado, baço, rim, coração e pulmão). Desse total, através da análise morfológica, foram observados 183 (41,30%) animais positivos. Dos 136 répteis, 80 (58,82%) estavam infectados, sendo 31 (68,88%) crocodilianos, 39 (86,66%) testudines e 11 (73,33%) serpentes. Dos anuros, 102 (33%) estavam infectados, sendo 2 (3,7%) sapos, 54 (33,54%) rãs e 46 (48,93%) pererecas. Quatro anuros estavam coinfectados com haemogregarinas e tripanossomas. Além disso, durante contenção desses animais, os mesmos foram inspecionados para presença de ectoparasitos, já que são considerados vetores de vários patógenos, e foram observadas sanguessugas aderidas aos quelônios aquáticos e ácaros em anuros e répteis coletados. Através das análises morfológicas e moleculares, foi possível identificar: tripanossomas acometendo anfíbios, três novas espécies de Hepatozoon e duas novas espécies de Dactylosoma (Dactylosomatidae) em anuros; três novas espécies de 22 Hepatozoon, além de Hepatozoon cevapii e Hepatozoon cuestensis acometendo serpentes; três possíveis novas espécies de Hepatozoon em crocodilianos Caiman crocodilus; seis novas espécies de Haemogregarina em testudines Podocnemis uniflis e Podocnemis expansa; e sanguessugas, consideradas possíveis vetores na transmissão de haemogregarinas em testudines brasileiros, com a identificação de uma nova espécie deste possível vetor. De acordo com as análises executadas até o momento, foi possível observar grande diversidade de hemoparasitos acometendo a herpetofauna das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Esse resultado reforça a necessidade de mais estudos sobre esses hemoparasitos, sendo a taxonomia prioritária nesse quesito, com a identificação e descrição dessa diversidade de parasitos (AU)

Processo FAPESP: 18/00754-9 - Biodiversidade de hemoparasitos associados a anfíbios e répteis das regiões Centro-Oeste e Sudeste brasileiras
Beneficiário:Letícia Pereira Úngari
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado