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Transatlânticas: personagens trans nas literaturas de língua portuguesa

Texto completo
Autor(es):
Marcelo Branquinho Massucatto Resende
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Araraquara. 2023-04-05.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências e Letras. Araraquara
Data de defesa:
Orientador: Jorge Vicente Valentim
Resumo

Partindo das identidades cristalizadas como trans pelos mais variados discursos em circulação, pretendo traçar uma cartografia para as manifestações de gêneros dissidentes nas literaturas de Portugal, Cabo Verde e Brasil, compreendendo o período que vai de 2001 a 2020. Em um primeiro momento, seguindo a disposição geográfica dos países em um eixo Norte-Sul, me debruço sobre a histórica inserção de sexualidades e gêneros dissidentes na literatura portuguesa, começando por Trans Iberic Love (2013), de Raquel Freire, enquanto possibilidade de pensar o transfuturismo, estética de futuro possível para sujeitos trans. Em seguida, analiso as possibilidades de desterritorialização de gênero trans, a partir da alteridade animal no corpo construído como humano, no romance Marginais (2010), do escritor cabo-verdiano Evel Rocha. Por fim, para pensar uma cartografia das corporalidades T na literatura brasileira, bem como a desterritorialização do corpo enquanto possibilidade de transfuturismo, analiso Deixei ele lá e vim (2006), de Elvira Vigna. Nesse percurso, estudo os mencionados romances tendo como elemento norteador a noção de Realismo Naturalista, em que a estética naturalista se impõe sobre o romance contemporâneo dos três países enquanto possibilidade única, bem como a ideia de Transfuturismo, uma forma de rompimento com a tradição literária e possibilidade de releitura das vanguardas europeias do início do século XX. Os conceitos propostos partem de discussões sobre utopia queer, propostas por Lee Edelman (2004), José Esteban Muñoz (2009) e Jack Halberstam (2011), que buscam romper com a posição subalterna com a qual as personagens travestis foram majoritariamente demarcadas no século XX. Além disso, parto de autores que se preocupam em imaginar futuros outros, como Mark Fisher (2020), Donna Haraway (2016a) e Anna Tsing (2022). (AU)

Processo FAPESP: 19/07304-1 - Margens transatlânticas: identidades trans nas literaturas de língua portuguesa do século XXI
Beneficiário:Marcelo Branquinho Massucatto Resende
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado