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Caracterização da resistência de Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae) a chlorantraniliprole e avaliação de mistura com Bacillus thuringiensis (Eubacteriales: Bacillaceae) como estratégia de manejo da resistência

Texto completo
Autor(es):
Fábio Miguel Führ
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Celso Omoto; Juliano Ricardo Farias; Fábio Maximiano de Andrade Silva
Orientador: Celso Omoto
Resumo

Inseticidas do grupo das diamidas têm sido bastante utilizados como uma das ferramentas no manejo de Helicoverpa armigera (Hübner). Recentemente, reduções significativas na suscetibilidade de populações de H. armigera a inseticidas diamidas foram reportadas no Brasil, com a caracterização da resistência a flubendiamide (diamida derivada de ácido ftálico). A linhagem de H. armigera resistente a flubendimide não apresentou resistência cruzada a diamidas antranílicas, como por ex. chlorantraniliprole. Nesse contexto, para o melhor entendimento da resistência de H. armigera a inseticidas diamidas e estabelecer estratégias de Manejo da Resistência de Insetos (MRI), os objetivos deste estudo foram: i) realizar o monitoramento da suscetibilidade a chlorantraniliprole em populações de H. armigera do Brasil; ii) selecionar uma linhagem de H. armigera resistente a chlorantraniliprole para entender o padrão de herança; iii) avaliar a resistência cruzada a outros inseticidas diamidas; iv) avaliar custos adaptativos associado à resistência; e v) avaliar a mistura de chlorantraniliprole com Bacillus thuringiensis Berliner como estratégia de manejo da resistência. Mediante o uso de bioensaio de dose diagnóstica de 0,99 g i.a. cm-2, foi observada uma redução significativa na suscetibilidade a chlorantraniliprole em populações de H. armigera nas safras agrícolas de 2020/21 e 2021/22, com sobrevivências de 4,63% até 30,8% nas diferentes populações avaliadas. A seleção da linhagem de H. armigera resistente a chlorantraniliprole (R-CHL) foi realizada pelo método de F2 screen, a partir de uma população coletada em Itiquira, Estado de Mato Grosso na safra 2020/21. Após 10 gerações de pressão de seleção com doses crescentes a partir da dose diagnóstica até 2,85 µg i.a. cm-2, a razão de resistência (RR) da linhagem R-CHL para chlorantraniliprole foi de 142 vezes. A partir de cruzamentos recíprocos entre as linhagens suscetível e R-CHL, o padrão de herança da resistência de H. armigera a chlorantraniliprole foi autossômico e incompletamente dominante. Retrocruzamentos de heterozigotos com a linhagem suscetível revelaram que a resistência de H. armigera a chlorantraniliprole é poligênica. Foi constatada resistência cruzada entre chlorantraniliprole e as diamidas cyclaniliprole (28 vezes), cyantraniliprole (422 vezes) e flubendiamide (>20.000 vezes). A presença de custo adaptativo associado à resistência de H. armigeraa chlorantraniliprole foi verificada quando as lagartas se alimentaram em dieta artificial, baseado em parâmetros da tabela de vida de fertilidade. Contudo, o custo adaptativo não foi observado quando os insetos se alimentaram em folhas de soja. Por fim, a partir de análises de isobologramas e estudos de persistência da atividade biológica dos inseticidas em condições de campo, a mistura de chlorantraniliprole e B. thuringiensis não apresentou benefícios para o manejo da resistência de H. armigera a chlorantraniliprole. Os resultados deste trabalho evidenciam o alto risco de evolução da resistência de H. armigera a chlorantraniliprole e outras diamidas. (AU)

Processo FAPESP: 21/14552-1 - Caracterização da resistência de Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae) a chlorantraniliprole e avaliação da mistura com Bacillus thuringiensis (Eubacteriales: Bacillaceae) como estratégia de manejo da resistência
Beneficiário:Fábio Miguel Führ
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado