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Dimorfismo sexual no comprimento dos dígitos em lagartos sul-americanos: relações com o ambiente e o desenvolvimento embrionário

Texto completo
Autor(es):
Ana Paula Cipriano
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Tiana Kohlsdorf; Mariela Cordeiro de Castro; Fernando Ribeiro Gomes; Luisa Maria Diele Viegas Costa Silva
Orientador: Tiana Kohlsdorf
Resumo

O dimorfismo sexual na razão digital foi amplamente investigado em humanos. Tradicionalmente, o comprimento do segundo dígito (dedo indicador) e do quarto dígito (dedo anelar) são calculados em uma razão (2D:4D), na qual os homens possuem o DIV maior do que as mulheres. O dimorfismo no comprimento dos dígitos está associado aos níveis de hormônios esteroides durante o desenvolvimento embrionário e provavelmente não se altera durante a vida adulta, sendo estabelecido no período pré-natal. Embora a relação entre os dígitos e a dinâmica hormonal seja considerada consistente, a associação com parâmetros que possam afetar os níveis de esteroides, como climáticos e reprodutivos, ainda é inexplorada. Diversos estudos com Tetrapoda indicam que o dimorfismo no comprimento dos dígitos é diferente entre as espécies. É possível que todos os dígitos sejam sensíveis aos hormônios esteroides e o dimorfismo possa variar mesmo entre manus e pes na mesma espécie. Nosso estudo compilou dados morfológicos, climáticos e reprodutivos para explorar o dimorfismo sexual no comprimento dos dígitos em lagartos sul-americanos dos gêneros Liolaemus e Tropidurus. Os resultados indicam que o dimorfismo não é conservado e todos os dígitos podem ser dimórficos quando comparamos diferentes espécies e populações de lagartos. Além disso, o modo reprodutivo pode estar desempenhando um papel no dimorfismo devido às distintas condições de desenvolvimento embrionário, e lagartos vivíparos podem ter padrões de dígitos diferentes quando comparados aos ovíparos. Nosso estudo também analisou os efeitos de diferentes regimes térmicos durante o desenvolvimento embrionário. Os neonatos investigados são monomórficos para todas as características fenotípicas estudadas, independentemente da temperatura de incubação. Por outro lado, os receptores de andrógenos no Dígito IV são diferentes entre machos e fêmeas desde o nascimento, indicando o papel das interações hormonais no estabelecimento da morfologia ao longo da ontogenia. Nesse contexto, este estudo forneceu uma perspectiva diferente para investigar a função dos parâmetros climáticos, da dinâmica do desenvolvimento e de como o dimorfismo no comprimento dos dígitos é estabelecido em diferentes níveis de organização biológica. Como principais contribuições, exploramos pela primeira vez o papel dos parâmetros ambientais e reprodutivos no dimorfismo sexual no comprimento dos dígitos e indicamos os prováveis efeitos de receptores de esteroides no estabelecimento de traços fenotípicos em lagartos. (AU)

Processo FAPESP: 20/10330-1 - Dimorfismo sexual na razão digital em Tropidurus catalanensis: relações com parâmetros climáticos
Beneficiário:Ana Paula Cipriano
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado