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A metalinguagem e as terminologias para descrição sintática na história da gramática tradicional, desde a Antiguidade Clássica até o Portugal oitocentista

Texto completo
Autor(es):
Rogério Augusto Monteiro Cardoso
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Thomas Daniel Finbow; Alessandro Jocelito Beccari; Francisco Eduardo Vieira da Silva; Mario Eduardo Viaro
Orientador: Olga Ferreira Coelho Sansone
Resumo

Esta pesquisa insere-se na área de Historiografia Linguística e tem como objetivo precípuo analisar e interpretar a metalinguagem e as terminologias sintáticas ao longo da multissecular história da Gramática, desde as suas origens helênicas até os gramáticos portugueses oitocentistas. Como os gramáticos portugueses são herdeiros inequívocos dos mestres alexandrinos, o \'horizonte de retrospecção\' dos autores (cf. Auroux, 1992) teve de ser desenhado desde os primórdios da área, no século II a.C., quando surgiu a mais antiga gramática ocidental de que se tem notícia: a Tέχvη Γραμματική (Tékhnē Grammatikē), de Dionísio Trácio. A despeito desse elo epistemológico, a hipótese aqui aventada é a de que o modelo sintático utilizado pela Sintaxe Tradicional, baseado no binômio sujeito-predicado, não é uma herança direta da Gramática Grega, mas uma criação posterior baseada em categorias transladadas da Lógica. Por meio do modelo de camadas (SWIGGERS, 2005), foi possível apontar continuidades e descontinuidades entre as obras analisadas, que se diferenciam quanto aos seus fundamentos (camada teórica), quanto à sua metalinguagem (camada técnica), quanto aos seus dados e informações linguísticas (camada documental) e quanto ao seu contexto histórico (camada contextual-institucional). O foco da pesquisa incide, evidentemente, sobre a metalinguagem. Assim, como um dos produtos descritivo-interpretativos desse estudo, foram elaboradas, para cada um dos doze autores estudados, tabelas sinóptico-analíticas do seu léxico especializado, que permitem verificar permanências e inovações em suas múltiplas dimensões. Ao cabo, demonstra-se que as categorias de caso greco-latinas - nominativo, genitivo, dativo, acusativo, vocativo e ablativo - não só tinham a função de indicar as flexões nominais nas línguas clássicas, como também faziam as vezes do que se convencionou chamar hodiernamente de termos da oração. No fim do século XVIII, quando o pensamento gramatical português passou a operar sobre suas próprias bases, tais categorias greco-latinas foram abandonadas em prol de um modelo sintático de base lógico-relacional. (AU)

Processo FAPESP: 19/21156-5 - A metalinguagem e as terminologias para descrição sintática nas gramáticas portuguesas dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX: um escrutínio historiográfico
Beneficiário:Rogério Augusto Monteiro Cardoso
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado