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A décadence no último Nietzsche: Bourget, Baudelaire e os irmãos Goncourt

Texto completo
Autor(es):
Isadora Raquel Petry
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Oswaldo Giacoia Junior; Ernani Pinheiro Chaves; Henry Burnett; João Constâncio; Clademir Araldi
Orientador: Oswaldo Giacoia Junior
Resumo

O problema da "décadence" foi, como afirma Nietzsche em O caso Wagner, aquele de que mais se ocupou durante sua vida filosófica. Constata-se que o termo "décadence" é discutido por Nietzsche sob o horizonte de outros temas fundamentais de sua filosofia, como a Wille zur Macht [Vontade de Poder] e a Umwerthung aller Werte [Transvaloração dos Valores]; mas é somente a partir de 1883 que o filósofo desenvolverá, em referência direta ao crítico literário Paul Bourget e determinados escritores franceses, uma definição mais precisa do termo "décadence", transformando-o em conceito-chave para a constelação de textos escritos entre 1887 – 1888. Nos livros, anotações pessoais [Nachlass] e no material epistolar de Nietzsche, é possível investigar suas considerações sobre a "décadence" enquanto potente diagnóstico da modernidade e do moderno, identificando em que extensão e medida se deu seu diálogo com a literatura francesa. Os poetas, romancistas e críticos de arte franceses fornecem a Nietzsche um instrumento de leitura privilegiado para diagnóstico que o filósofo empreende da "décadence" sobretudo entre 1887 – 1888, momento em que lê pela primeira vez os Diários de Baudelaire e dos irmãos Goncourt. A partir de então, o conceito de "niilismo" [Nihilismus] sofre uma inflexão no conceito de "décadence". Sob essa perspectiva, pode-se constatar que a "décadence" constitui o núcleo do pensamento tardio de Nietzsche, compondo a trama não somente de seus escritos sobre estética, mas também sobre os mais diversos aspectos da modernidade. A presente tese ocupou-se do conceito de "décadence" na filosofia tardia de Nietzsche, mostrando em que medida o filósofo ao mesmo tempo se apropria e torce as leituras que faz de Bourget, Baudelaire e dos irmãos Goncourt, flexionando a ideia de "décadence" proveniente de determinada literatura francesa, para o interesse central de sua filosofia tardia: a transvaloração dos valores (AU)

Processo FAPESP: 16/23514-8 - Arte da décadence e modernidade: contribuição e recepção da literatura francesa do século XIX na filosofia de Nietzsche
Beneficiário:Isadora Raquel Petry
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado