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Geoquímica e formação de depósitos de crostas ferromanganesíferas e minerais associados na Elevação de Rio Grande, Oceano Atlântico Sudoeste

Texto completo
Autor(es):
Mariana Benites
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto Oceanográfico (IO/DIDC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Luigi Jovane; Andrea Koschinsky fritsche; Roberto Ventura Santos
Orientador: Luigi Jovane; Christian Millo
Resumo

A crescente demanda por metais críticos e estratégicos tem chamado a atenção para os depósitos minerais do fundo profundo. As elevações oceânicas são importantes áreas-alvo para depósitos de crosta de ferromanganês (FeMn), ricas em Co, Te, Mo, Bi, Pt, W, Zr, Nb, Y e os elementos terras raras (ETR). A Elevação de Rio Grande (ERG) é uma das mais extensas elevações oceânicas do Oceano Atlântico Sul, mas seus depósitos minerais foram pouco investigados até recentemente. Esta tese de doutorado investiga a gênese e evolução de crostas de FeMn desde o cume (600 m) até profundidades abissais (> 5000 m) provenientes de diversos locais na ERG, mas também minerais associados, como fosforitas e ironstones. Para isso, foram aplicadas diversas técnicas analíticas mineralógicas, químicas e isotópicas. As crostas de FeMn da ERG diferem significativamente se vêm do cume ou de águas profundas. As crostas de FeMn do cume apresentam estruturas duais com a maior parte de seu volume composta por crosta velha fosfatizada coberta por uma fina crosta jovem não fosfatizada. Como resultado, as crostas de FeMn do cume carregam uma assinatura diagenética com enriquecimentos de P, Ni, Li e Y e baixos conteúdos de Co, ETR, Mo e Zr. Por outro lado, as crostas de águas profundas (> 2000 m) são totalmente hidrogenéticas e ricas em As, Be, Co, Cu, Mo, Sb, Se, Ti, Th, Tl, U, Zn e ETR. As crostas de FeMn começaram a se formar na ERG provavelmente por volta de 47 Ma e a fosfatização ocorreu ao longo do Mioceno, refletindo importantes mudanças climáticas, como o Ótimo Climático do Mioceno, quando ocorreu uma maior produtividade biológica de superfície. Crostas acima de 1500 m foram fosfatizadas devido à proximidade com a zona de mínimo de oxigênio, um grande reservatório para P. Os principais controles sobre as variações observadas na composição química das crostas com a profundidade da água são a oxigenação e conteúdo de nutrientes das massas de água e paleoprodutividade. Em relação aos ironstones, é proposta uma hipótese para sua origem envolvendo bactérias oxidadoras de Fe e um fluido geotérmico de baixa temperatura. Esta tese contribui para preencher a lacuna de conhecimento de base para futuras atividades de mineração na ERG e entender como condições oceanográficas contemporâneas e passadas controlam a composição de crostas para melhor direcionar a busca por depósitos com características específicas. (AU)

Processo FAPESP: 18/05114-8 - Crostas de ferro e manganês e fosforitas da Elevação do Rio Grande
Beneficiário:Mariana Benites
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado