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Atributos moleculares da árvore tropical Avicennia schaueriana envolvidos na resposta e tolerância a baixas temperaturas

Texto completo
Autor(es):
Yohans Alves de Moura
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Anete Pereira de Souza; Maria Imaculada Zucchi; Bianca Baccili Zanotto Vigna; Mirian Perez Maluf
Orientador: Anete Pereira de Souza; Alessandro Alves Pereira
Resumo

Manguezais são ecossistemas costeiros de grande importância socioambiental e encontram-se altamente ameaçados por atividades antrópicas. As árvores de mangue vivem sob condições ambientais severas, o que as torna sensíveis a ocorrência de eventos climáticos extremos, particularmente os congelantes. Tais eventos são imprevisíveis e têm consequências catastróficas, portanto o entendimento e antecipação de seus impactos é imprescindível para o direcionamento de medidas mitigatórias futuras. O frio congelante limita atualmente a distribuição dos manguezais às latitudes tropicais e subtropicais do globo, as árvores são gravemente afetadas nestas situações sofrendo baixas metabólicas severas devido aos danos aos fotossistemas e estruturas celulares. As plantas terrestres desenvolveram mecanismos sofisticados de resistência ao congelamento durante sua evolução, e atualmente o conhecimento acerca dos mecanismos moleculares centrais envolvidos neste processo é consistente. Porém, as informações estão restritas à modelos herbáceos nativos de habitats temperados como Arabidopsis thaliana, e há uma lacuna referente as árvores tropicais como os mangues. Esta tese almeja avançar no conhecimento sobre os aspectos moleculares envolvidos na resposta e tolerância ao congelamento de árvores de mangue utilizando como modelo Avicennia schaueriana. A espécie em questão está presente nos limites mais frios dos manguezais sul-americanos, e possui indícios da existência de dois grupos funcionais localmente adaptados às porções equatoriais (EQ) e subtropicais (ST) da costa brasileira. Para isso investigamos o perfil transcricional de plântulas de A. shaueriana oriundas de ambos os grupos funcionais sob choque congelante (-4°C) em série temporal. Nós analisamos os dados transcricionais combinando técnicas de expressão diferencial, redes de coexpressão e interação proteica. Nossos resultados permitiram descrever o perfil de resposta molecular ao congelamento de A.schaueriana e também a divergência do comportamento dos grupos funcionais EQ e ST. Em EQ a resposta é fortemente baseada na ação do ácido abscísico e sinais de estresse durante todo o experimento. Isso impacta negativamente o crescimento, e propicia o acúmulo de carotenoides, antocianinas e lipídios baseados na degradação de clorofila. Por outro lado, em ST há menos hormônios atuantes no processo e há também sinais de manutenção do crescimento primário e normalização metabólica. O acúmulo de substâncias em ST se baseia principalmente em sacarose, antocianinas e lipídeos, estes últimos não dependentes da degradação clorofiliana. Baseados nestes resultados, hipotetizamos que a suscetibilidade aos danos sob congelamento seja maior em EQ quando comparada a ST. Portanto recomendamos que tal fato seja levado em conta no manejo desta espécie especialmente em latitudes maiores que são mais propensas a ocorrência de menores temperaturas eventos congelantes extemos (AU)

Processo FAPESP: 19/21100-0 - Atributos moleculares da árvore tropical Avicennia schaueriana envolvidos na tolerância a baixas temperaturas
Beneficiário:Yohans Alves de Moura
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado