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Arquitetura paulista e ditadura militar (1964-1985)

Texto completo
Autor(es):
Victor Piedade de Prospero
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/SBI)
Data de defesa:
Membros da banca:
José Tavares Correia de Lira; Marcos Francisco Napolitano de Eugênio; Ana Luiza de Souza Nobre; Patrício Del Real; Joana Mello de Carvalho e Silva
Orientador: José Tavares Correia de Lira
Resumo

Se a chamada arquitetura paulista emergiu como identidade reconhecível no início dos anos 1960, ela se sedimentou e difundiu sobretudo durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). Esta pesquisa busca compreender os vínculos e conflitos entre a estética e a política, bem como os impasses do campo profissional nesse período. Importantes nuances e deslocamentos aparecem quando superamos a abordagem da ditadura como simples pano de fundo, ou as narrativas ancoradas somente na memória social construída pelos próprios atores do período, ou a dualidade resistência-colaboração. Convém, portanto, olhar para a complexidade desse momento histórico através das diferentes formas de intervenção, resposta, adaptação, inserção ou acomodação que arquitetos encontraram frente a um contexto de intensa repressão combinada a um cresci- mento econômico e da construção civil sem precedentes. Foi comum a abordagem do golpe civil-militar de 1964 como marco de interrupção para uma arquitetura que se afirmava. As duas décadas seguintes, no entanto, parecem demonstrar o contrário, seja pela permanência e difusão dos procedimentos técnicos e estéticos que se consolidaram no início daquela década, seja pelo salto quantitativo nas encomendas que acabaram por mobilizar esse saber-fazer. Se é certo que as expectativas de transformação social que acompanhavam aquela nova estética de fato saíram de cena, também podemos afirmar que com base em autoritarismo e aumento das desigualdades o desenvolvimento das forças produtivas só se intensificou. Os projetos de racionalização e planejamento dos arquitetos de alguma forma se realizavam, expondo contradições inerentes às apostas de modernização que os animavam. Para além de constatar ou denunciar um quadro contraditório, propõe-se aqui ler as ambivalências nas realizações concretas do período, entre encomendas públicas e privadas sindicatos, quartéis, clubes, terminais, barragens, sedes administrativas, agências bancárias, torres de escritórios que mobilizaram essa estética particular e, com ela, um aparato simbólico em disputa. (AU)

Processo FAPESP: 19/06245-1 - Vanguarda e projeto no impasse: arquitetura, estética e política em São Paulo de 1964 a 1976
Beneficiário:Victor Piedade de Prospero
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto