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Avaliação farmacologica do aspirinato de atenolol como droga antiplaquetaria e anti-hipertensiva

Texto completo
Autor(es):
Ana Cecilia Montes Gil
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Gilberto De Nucci; Eros Antonio de Almeida; Maria Helena Catelli de Carvalho; Sisi Marcondes; Dorothy Nigro
Orientador: Gilberto De Nucci
Resumo

No presente trabalho, foram avaliados os efeitos farmacológicos do Aspirinato de atenolol (AA T) uma potencial pró-droga mútua resultado da combinação química entre ácido acetilsalicílico (AAS) e atenolo!. As propriedades do AA T como droga antitrombótica foram avaliadas na inibição da agregação plaquetária estimulada in vitro e na inibição da produção de tromboxano estimulada ex-vivo em sangue de animais tratados. Por outro lado, o AA T foi avaliado como droga anti-hipertensiva no modelo de hipertensão induzida pela inibição crônica da síntese de NO em ratos, e seus efeitos como antagonista dos adrenoceptores 13 foram avaliados na resposta cronotrópica ao isoproterenol em átrios isolados. Foi determinada a estabilidade metabólica em diferentes frações subcelulares hepáticas, plasma e soluções tampão de diferente pH, assim como seu perfil farmacocinético após administração endovenosa. Também foram avaliadas as propriedades ulcerogênicas gástricas e o potencial mutag'ênico através do Teste de Ames. Os resultados mostraram na avaliação do efeito antiplaquetário, que o AA T não inibiu a agregação plaquetária induzida pelo ácido araquidônico em nenhuma das concentrações testadas e apesar d~ ini~ir significativamente a produção de tromboxano estimulada ex-vivo em rat6s e na maior dose testada em camundongos, este efeito inibitório foi menor quando comparado com o AAS. O acoplamento com AAS, na molécula de AAT, suprimiu os efeitos do atenolol como antagonista dos adrenoceptores 13. Igualmente, o AA T não reduziu a freqüência cardíaca e pressão arterial após tratamento oral crônico de ratos hipertensos, estes resultados indicaram que não houve liberação de atenolol desde a molécula de AA T. Na avaliação da estabilidade metabólica e farmacocinética, observamos que o AA T seguiu uma rápida e completa hidrólise no grupo orto-acetila, gerando salicilato de atenolol (SA T), este produto foi formado quando o AA T foi submetido à hidrólise plasmática (T% 7,6 min) e aquosa (T% 56,5; 24,9 e 6,4 nos pH 2,5; 7,4 e 9.4 respectivamente) metabolização hepática e também após administração endovenosa em cães. o salicilato de atenolol formado a partir do AA T nas frações subcelulares hepáticas foi metabolizado apenas na fração microssomal gerando dois metabólitos hidroxilados em posições diferentes na molécula, a formação destes metabólitos foi dependente do tempo e paralela à cinética de desaparecimento do SAT. Após administração endovenosa, concentrações de AA T não foram detectadas em plasma. Atenolol e ácido salicílico (AS), foram liberados a partir da molécula de SAT (após clivagem da ligação éster benzoato) em concentrações significativamente menores às concentrações obtidas nos grupos tratados com AAS ou atenoloL A ASC0-24h calculada para o AS no grupo tratado com AA T correspondeu ao 0,71% da área calculada para o grupo que recebeu AAS. Similarmente, a ASC0-24h do atenolol no grupo tratado com AA T correspondeu a 1,44% da área calculada para ~ grupo tratado com atenolol. O AA T e seu principal metabólito SA T, não apresentaram propriedades mutagênicas, obtendo-se resultados negativos no Teste de Ames. O AA T produziu lesões na mucosa gástrica significativamente menores às observadas com o AAS após administração oral aguda e crônica durante 4 semanas. Devido às relevantes diferenças obtidas entre o AA T, AAS ou atenolol na caracterização farmacológica e farmacocinética, concluímos que o AA T não atua como pró-droga mútua de AAS e atenolol, e modificações futuras na molécula devem ser consideradas com a finalidade de desenvolver aspirinatos cardioativos com potencial efeito farmacológico (AU)

Processo FAPESP: 02/09285-3 - Desenvolvimento de uma nova classe de anti-hipertensivos
Beneficiário:Ana Cecília Montes Gil
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto