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Comunidade de morcegos, interações com flores e estratificação vertical em Mata Atlântica do Sul do Brasil

Texto completo
Autor(es):
Hedda Carolina Schmidt Scultori
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Marlies Sazima; Wesley Rodrigues Silva; Kayna Agostini
Orientador: Marlies Sazima
Resumo

Morcegos formam um grupo diverso, abundante e de grande importância ecológica devido às suas interações com outros organismos e com o ambiente. As interações de morcegos com flores podem resultar em polinização, que, embora rara quando comparada às realizadas por outros grupos animais, tem grande importância na reprodução de várias espécies de plantas. Essas plantas e outros recursos utilizados pelos morcegos ocorrem em diferentes alturas da floresta, onde também variam as características ambientais, podendo influenciar na utilização do espaço vertical por esses mamíferos. O presente estudo buscou descrever a comunidade de morcegos de uma área de Floresta Atlântica no Estado do Paraná, aspectos das interações de espécies antófilas com flores e investigar a ocorrência de estratificação vertical nestas espécies de animais e plantas. De maio de 2008 a abril de 2009 foi realizada captura de morcegos com redes de neblina abertas do solo ao dossel (25 m), em clareiras em área de floresta submontana, para verificar diversidade de espécies, sazonalidade, horário de atividade e estratificação vertical. No primeiro capítulo são apresentados os resultados sobre a estrutura da comunidade de morcegos. Foram capturados 679 morcegos, pertencentes a três famílias e 20 espécies. Na classificação funcional, foram observadas espécies pertencentes a sete guildas. A diversidade não variou entre as estações chuvosa e seca. Atividade de morcegos ocorreu ao longo de toda a noite, sendo as maiores abundâncias e riquezas registradas entre a segunda e quarta hora após o anoitecer, e, as menores na quinta e depois da décima hora após o ocaso. O padrão geral encontrado de estratificação vertical mostra que a maioria das espécies utiliza toda a amplitude de alturas da floresta com algumas espécies utilizando principalmente alturas mais baixas. As características da comunidade foram similares às de outros locais com fisionomia semelhante e os dados de estratificação vertical devem ser reflexos da estrutura da vegetação da Mata Atlântica. No segundo capítulo são apresentados os dados de interação dos morcegos antófilos com as flores. Foi realizado acompanhamento fenológico das espécies de plantas visitadas por morcegos, coleta de néctar, observações de comportamento de visitas e captura de visitantes com redes de neblina abertas em frente às flores. Foram acompanhadas oito espécies de plantas visitadas por morcegos, cujo padrão de floração é anual e seqüencial. As formas de vida foram árvores, epífitas e lianas, ocorrendo em alturas entre 0,5 m e 34 m. Flores de formas tubulares e do tipo pincel, cores esbranquiçadas e esverdeadas foram maioria nestas espécies, sendo visitadas por morcegos glossofagíneos, que atuaram como polinizadores. Morcegos não-glossofagíneos foram considerados polinizadores ocasionais. Dentre as 20 espécies de morcegos capturados em redes de neblina, três são nectarívoras, cinco frugívoras e uma onívora, que podem utilizar recursos florais. Estes recursos estão disponíveis e são utilizados por morcegos ao longo do ano em diferentes alturas, porém, não houve correlação entre as alturas de ocorrência e de vôo registradas. Os resultados são semelhantes aos de outras pesquisas em Mata Atlântica, porém, acrescentam novas perspectivas ao estudo de comunidades de morcegos e interações com flores (AU)

Processo FAPESP: 07/53744-6 - Comunidade de morcegos, interacoes com flores e estratificacao vertical em mata atlantica do sul do brasil.
Beneficiário:Hedda Carolina Schmidt Scultori da Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado