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A interpretação de proverbios equivalentes por afasicos: um estudo enunciativo

Texto completo
Autor(es):
Sandra Elisabete de Oliveira Cazelato
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Edwiges Maria Morato; Ingedore Grunfeld Villaça Koch; Louenço Chacon Jurato Filho; Anna Christina Bentes
Orientador: Edwiges Maria Morato
Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo o estudo dos processos de significação em jogo na interpretação e manipulação lingüístico-discursiva de enunciados proverbiais realizado por sujeitos af'asicos, mais precisamente, de provérbios equivalentes. O que interessou analisar aqui foi o percurso enunciativo realizado por sujeitos afásicos quando reconheceram ou demonstraram uma tentativa de reconhecimento de determinado enunciado proverbial e seu "correspondente" semântico-pragmático (o "provérbio equivalente"). Além disso, procurei verificar se o tipo de afasia apresentado pelos sujeitos interfere na capacidade semântico-pragmática de selecionar provérbios equivalentes. Na análise dos dados lingüísticos obtidos a partir do Protocolo de estudo, elaborado especialmente para esta pesquisa, observou-se consistência e semelhança nas respostas dos afásicos e dos não-afásicos na escolha de provérbios centralmente relevantes e marginalmente relevantes em relação a equivalência semântico-pragmática com o provérbio alvo. Além disso, a equivalência entre os provérbios se deu tanto entre provérbios mais metafóricos quanto menos metafóricos, sejam eles centralmente relevantes ou marginalmente relevantes. É relevante para o estudo que se empreende aqui a observação de que os sujeitos compreendem os provérb~os (aderem ou estabelecem uma equivalência entre eles) somente se interpretam os contextos nos quais são produzidos. Isso está de acordo com Parret (1988), quando afirma que a compreensão (fundamental nas atividades interpretativas), "como uma habilidade é uma prática-no-mundo, e não uma atividade atuando com elementos mentais primitivos". A enunciação proverbial (suposta na interpretação do provérbio), sendo essencialmente performativa, não pode ser analisada como meramente inferenCÍal (no sentido da inferência lógica). O percurso lingüístico-cognitivo realizado pelos sujeitos afásicos na seleção do provérbio equivalente indica que o sentido não depende apenas do sístema lingüístico, mas constitui-se também de processos cognitivos, discursivos, culturais incluídos nos diferentes modos que o objeto do mundo se apresenta a nós. Um estudo enunciativo pode dar conta da indicação da co.-ocorrência de sernioses e conhecimentos que estão envolvidos nos enunciados proverbiais. Eis o que se procurou destacar com a presente pesquisa (AU)

Processo FAPESP: 00/13672-7 - Estudo de formas meta-enunciativas: o manejo linguístico-discursivo de provérbios equivalentes por sujeitos afásicos
Beneficiário:Sandra Elisabete de Oliveira Cazelato
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado