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A segmentação inabil: um estudo da segmentação otrografica não-canonica

Texto completo
Autor(es):
Angela Satomi Kajita
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Filomena Spatti Sândalo; Charlotte Galves; Manoel Mourivaldo Santiago Almeida
Orientador: Maria Filomena Spatti Sândalo
Resumo

Estudos em Lingüística Histórica mostram que textos antigos são úteis não apenas para se analisar a língua escrita, mas também para retratar certos aspectos fonológicos, que em geral são associados apenas à língua falada. De fato, a informação fonológica que pode ser obtida do texto escrito - antigo ou moderno - varia das características de pronúncia ao padrão rítmico da língua; e se o texto foi escrito por um sujeito semi-alfabetizado (também chamado de mão inábil), é ainda mais provável que se encontrem tais características. O presente trabalho se concentra nos aspectos rítmicos dos escritos de adultos semialfabetizados portugueses dos séculos XVII e XVIII, selecionados do arquivo da Inquisição de Lisboa. Observando a segmentação ortográfica não-convencional nesses textos, pode-se ver que não se trata de algo aleatório; ao contrário, os sujeitos parecem ter usado critérios bem definidos para decidir onde deviam separar ou juntar elementos. Portanto, as hipossegmentações (i.e. a omissão de espaço em branco entre elementos separados) e as hipersegmentações (i.e. a inserção de branco gráfico entre elementos ligados) parecem ter motivação semântica ou fonológica. Pressupondo que as segmentações não-canônicas podem ser relacionadas aos aspectos rítmicos da língua, a proposta deste trabalho é estudar os textos de mãos inábeis em busca de sinais que reflitam um possível padrão rítmico da língua falada. Os textos da primeira metade do século XVIII analisados mostram que o padrão de acento binário - um traço característico do português brasileiro - se torna menos freqüente nos dados com o passar do tempo, o que poderia ser considerado um indicativo da mudança rítmica sofrida pela língua na transição para o português europeu moderno. Apesar de não serem conclusivos, os resultados sugerem que de fato a mudança no padrão das segmentações não-convencionais pode estar relacionada à mudança do padrão rítmico no português europeu (AU)

Processo FAPESP: 05/58213-3 - A segmentacao inabil: um estudo da segmentacao ortografica nao-canonica.
Beneficiário:Angela Satomi Kajita
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado