Especialização produtiva e alienação do territorio: a moderna produção de algodão no Mato Grosso

Autor(es)

Marianna Lamas

• Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
• Imprenta: Campinas, SP.
• Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
• Data de defesa: 2007-08-23

Membros da banca

Márcio Antonio Cataia; Júlia Adão Bernardes; Ricardo Castillo

• Orientador: Márcio Antonio Cataia

Resumo

O período atual contribui para que o território seja dotado de novos atributos técnicos, científicos e informacionais, promovendo profundas transformações na divisão territorial do trabalho e da produção. A região Centro-Oeste destaca-se no território nacional por configurar um novo espaço de ampliação da produção de algodão herbáceo, com ênfase para o estado do Mato Grosso, responsável por aproximadamente 70 % da produção de algodão do Centro-Oeste e cerca de 50% da produção nacional, indicando uma especialização regional produtiva. Esta especialização fundamenta-se na dissociação territorial da produção em uma parcela técnica - relativa à produção propriamente dita e dispersa em alguns pontos do território - e uma parcela política ¿ responsável pela regulação, comando e gestão dessa produção, encontrando-se centralizada no território. A análise do circuito espacial produtivo do algodão no Brasil indica que sua parcela técnica vem se concentrando em alguns municípios do estado do Mato Grosso - como Campo Verde e Primavera do Leste -, enquanto parte de sua parcela política concentra-se na cidade de São Paulo, sede da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (ANEA), formada pelas principais tradings responsáveis pela comercialização e exportação dessa commodity. Sob esse aspecto, trabalhamos com a hipótese de ocorrência de uma especialização regional produtiva extrovertida, dado o comando dessa produção ser forâneo. Visando a comprovação desta hipótese busca-se compreender o circuito espacial produtivo do algodão cultivado no estado do Mato-Grosso, assim como seus círculos de cooperação. Essa dissociação territorial das parcelas da produção contribui para o estabelecimento de uma nova organização e uma nova regulação do território brasileiro, promotoras de novos usos do território, cada vez mais seletivos, hierárquicos e reticulares, contribuindo para sua alienação (AU)

• Processo FAPESP: 05/52303-0 - Especializacao produtiva e vulnerabilidade do territorio: o caso do "triangulo do algodao" no mato grosso.
• Beneficiário: Marianna Lamas Ramalho
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado