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A primazia da palavra e o refúgio da memória: o cinema de Eduardo Coutinho

Texto completo
Autor(es):
Laécio Ricardo de Aquino Rodrigues
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Artes
Data de defesa:
Membros da banca:
Francisco Elinaldo Teixeira; Marcius Freire; Antônio Fernando da Conceição Passos; André Brasil; Meize Regina de Lucena Lucas
Orientador: Francisco Elinaldo Teixeira
Resumo

Esta pesquisa investiga como a memória e a oralidade, categorias importantes nas Ciências Sociais e em outros domínios do saber, pontuam a práxis cinematográfica de Eduardo Coutinho (constituem sua matéria-prima basilar), a partir de seu procedimento mais recorrente - a entrevista. Para tanto, delimitamos como recorte analítico os seguintes filmes de sua auto-ria: Cabra Marcado para Morrer (1984), O Fio da Memória (1991), Peões (2004), Boca de Lixo (1993), Santo Forte (1999), O Fim e o Princípio (2005) e Jogo de Cena (2007). Em alguns destes títulos, analisamos a emergência do par memória individual/social em grande parte das experiências narradas; nestas obras, o relato do vivido com freqüência se encontra entrelaçado a um sentimento de pertença a um grupo ou comunidade, ou orientado pela existência de um passado comum partilhado pelos entrevistados. Em outros filmes, porém, notaremos que as entrevistas se tornam menos limitadas a um eixo temático e a uma vivência comum, culminando em encontros abertos, propícios à fabulação e ao afloramento de uma memória que promove inesperadas derivas narrativas. Outras indagações contribuem para mobilizar nosso interesse em torno deste cinema consagrado à "palavra" e à "recordação", e que quase sempre elege como protagonistas grupos sociais de pouca visibilidade midiática. Enumero algumas: Que escuta é esta, a do diretor, capaz de provocar tamanha entrega do "outro" em cena? Como Coutinho consegue estabelecer laços de confiança com seus entrevistados? Que cinema é este que privilegia tanto a oralidade e aparentemente negligencia a dimensão visual de uma arte que sempre se orgulhara de não ser refém do verbo? E, por fim, quais memórias são revolvidas pelos sujeitos abordados pelo cineasta e que fatores intervêm neste exercício de rememoração? (AU)

Processo FAPESP: 08/54127-3 - Memoria e oralidade no cinema de eduardo coutinho
Beneficiário:Laécio Ricardo de Aquino Rodrigues
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado