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Dieta, padrão de atividades e area de vida de Alouatta belzebul discolor (Primates, Atelidae) em Paranaita, norte de Mato Grosso

Texto completo
Autor(es):
Liliam Patricia Pinto
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Eleonore Zulnara Freire Setz; Júlio César Bicca Marques; Wesley Rodrigues Silva
Orientador: Eleonore Zulnara Freire Setz
Resumo

Este estudo aborda aspectos da ecologia de um grupo composto por sete a nove bugios-de-mãos-vermelhas (Alouatta belzebul discolor) em mata primária no norte do estado de Mato Grosso, sul da Amazônia. É relatada a presença de mais uma espécie de bugio na área, Alouatta seniculus, com descrição das suas interações. A dieta, o padrão de atividades diárias e a área de vida de A. b. discolor foram investigados através do método de varredura instantânea durante dez meses, entre outubro de 1999 e outubro de 2000. Durante 45 dias completos, os bugios se alimentaram de 67 espécies de plantas (N=2039 registros de alimentação) de 24 famílias. Dialium guianense (Leg. Caesalpinioideae) foi a espécie mais utilizada na alimentação. Os frutos foram os itens mais consumidos (55,0%), seguidos de folhas novas (19,8%) e flores (5,7%). A participação de folhas maduras na dieta foi pequena (5,0%). Casca de árvores, lenho de tronco vivo, madeira em decomposição e ramos lenhosos juntos perfizeram 10,2% da dieta. Durante todo o período, o grupo gastou 58,7% de tempo em repouso, 20,0% em alimentação, 14,2% em viagem, 4,0% em movimentação, e 2,1% em interações sociais. Não houve diferenças significativas entre as estações chuvosa e seca no tempo dedicado às principais atividades. No entanto, a distribuição das atividades ao longo do dia foi diferente nas duas estações. Na estação chuvosa, o recolhimento para a árvore de dormir se deu mais cedo e houve um número menor de picos de atividades do que na estação seca. Os bugios utilizaram três tipos de ambientes: terra firme, igapó e açaizal. A área de vida calculada pelo método de quadrículas foi de 50,1 ha, sendo 23,0 ha de floresta de terra firme, 4,0 ha de açaizal, e 23,1 ha de igapó. Com o método do polígono convexo, obteve-se 63,2 ha. Áreas de vida maiores que a observada neste estudo só foram encontradas anteriormente para espécies vivendo na América Central. O percurso diário médio do grupo foi de 761 m (N = 45) e não variou significativamente entre as estações. Frutos de Dialium guianense foram abundantes durante a estação seca. A utilização intensiva deste item contribuiu para a ausência de variação sazonal significativa no consumo de frutos, nos padrões de atividade e de uso do espaço (AU)

Processo FAPESP: 98/16201-3 - Padrao de atividades diarias, dieta e area de vida de um grupo de alouatta discolor (spix, 1823) numa area de floresta ombrofila no municipio de paranaita, mt.
Beneficiário:Liliam Patricia Pinto
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado