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Nos do quarto distrito ...: a classe trabalhadora porto-alegrense e a Era Vargas

Texto completo
Autor(es):
Alexandre Fortes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Michael McDonald Hall; Claudio Henrique de Moraes Batalha; Maria Celia Paoli; Marcelo Badaró Mattos; Silvia Regina Ferraz Petersen
Orientador: Michael McDonald Hall
Resumo

Na primeira metade do século XX Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, xperimentou um acelerado processo de crescimento urbano e expansão industrial, consolidando-se como o terceiro parque industrial do Brasil. Esse processo deu origem a um conjunto de bairros operários conhecido genericamente como 'Quarto Distrito'. A população destes bairros formou-se, basicamente, a partir da confluência de uma grande diversidade de fluxos migratórios internos e externos. Como a grande maioria dos industriais da cidade era composta de teuto-brasileiros, estabelecia-se uma sobreposição entre relações de classe e relações inter-étnicas. Era com esta situação que tanto os trabalhadores "brasileiros" quanto os imigrantes recém-chegados, como os vindos do leste europeu, tinha de lidar para definir seu espaço social e cultural na cidade, processo que foi bastante afetado pela evolução dos conflitos internacionais e pela emergência do nacional-desenvolvimentismo no país. A existência de uma oferta de emprego constante e a possibilidade limitada, porém real, de mobilidade social ascendente, associados à forte influência de modelos paternalistas de relação de trabalho, forneceram a base para a hegemonia cultural do empresariado sobre a comunidade trabalhadora do 'Quarto Distrito'. Por outro lado, a criação de espaços de sociabilidade, práticas culturais e a solidariedade derivada da exposição a riscos comuns ou surgida da defesa de direitos sociais criou uma identidade comunitária abrangente, que possibilitou aos setores populares da região se constituírem em atores sociais e políticos relevantes, particularmente após a democratização de 1945. O movimento operário organizado revelou limitações em canalizar a resistência cotidiana dos trabalhadores e abrir brechas que lhes possibilitassem exercer, de forma articulada, a cidadania no local de trabalho. Mesmo assim, a primeira metade do século foi marcada por uma longa série de lutas que, com maior ou menor sucesso imediato, avançaram a médio prazo no sentido da conquista, efetivação e generalização de direitos. Deste modo os trabalhadores, intervindo no espaço público e contribuindo para o seu próprio alargamento, redefiniram as próprias bases da legalidade e legitimidade das suas demandas (AU)

Processo FAPESP: 95/01259-8 - Experiência organizativa e cultura operária: das origens a implantação da estrutura sindical corporativista (Porto Alegre 1920/1945)
Beneficiário:Alexandre Fortes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado