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A percepção da dor na experiência de câncer infanto-juvenil

Texto completo
Autor(es):
Hilze Benigno de Oliveira Moura Siqueira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Fatima Aparecida Emm Faleiros Sousa; Ana Maria Pimenta Carvalho; Lucila Castanheira Nascimento; Ligia de Fátima Nóbrega Reato; Manoel Antonio dos Santos
Orientador: Fatima Aparecida Emm Faleiros Sousa
Resumo

A literatura aponta interesse no problema da dor oncopediátrica e de sua avaliação, entretanto, o tema ainda é pouco explorado quando comparado às produções científicas em adultos. O objetivo deste estudo foi avaliar como crianças/adolescentes com câncer e familiar cuidador compreendiam a dor. Para isso, utilizamos os seguintes instrumentos: indicadores sóciodemográficos e clínicos da dor e da doença, Faces Afective Scale (FAS), Escala Multidimensional de Avaliação de Dor (EMADOR), desenhos e autorrelatos. Os resultados mostraram a distribuição etária (05-07, 08-11 e 12-19 anos), com prevalências para faixa etária 12-19 anos (45%), sexo feminino (53%), ensino fundamental incompleto (95%) e religião católica (62%). Identificamos índices maiores para dor crônica (51%) e para leucemia (47%). Na FAS, as figuras escalar de F-I foi mais indicated (71%), representado variação de efeito negativo da dor. Na EMADOR, os resultados por faixa etária mostraram os descritores caracterizados na dor aguda em relação às dimensões afetivas e cognitivas; entretanto, a percepção de dor crônica foi compreendida de modo processual, seguindo o raciocínio do ciclo vital, da concretude nos descritores sensitivos até a compreensão abstrata nos descritores afetivos. Na técnica de desenhos, a criança/adolescente com câncer indicaram percepção da dor deslocando-se do pensamento mágico às representações mentais mais elaboradas com metáforas. Os relatos revelaram a dor associada to experiência e a subjetividade da criança/adolescente com câncer por meio das dimensões físicas, sociais, emocionais e espirituais. Quanto o familiar cuidador (principalmente a mãe), compreendeu essa experiência dolorosa de câncer infanto-juvenil de modo similar ao da criança, bidirecionalmente e interligado ao contexto e ao tempo que a doença os inseriu. A dor foi percebida somando os aspectos qualitativos (subjetivo) e quantitativos (objetivo). Concluiu-se que a dor foi pensada multidimensionalmente. EMADOR foi considerado instrumento fácil e fidedigno de avaliação álgica no processo de desenvolvimento, as crianças com câncer desde os 05 anos de idade compreendem o fenômeno doloroso e as mães, depois dos próprios filhos, são as que mais compreendem a dor dos mesmos. Essa complexa interligação multidimensional da dor, indica a importância de utilizarem-se instrumentos adequados na saúde pública, especificamente, pela equipe interdisciplinar (\'cuida-dor\') para avaliação álgica, na qual se leve em consideração sensações, percepções e significados possivelmente envolvidos na experiência de dor (\'experimenta-dor\'). Isso traz possibilidades para um melhor manejo do fenômeno na área de dor pediátrica. (AU)

Processo FAPESP: 10/52584-8 - A percepção da dor na experiência de câncer infanto-juvenil
Beneficiário:Hilze Benigno de Oliveira Moura Siqueira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto