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Invasão, competição e uso de recursos por uma gramínea nativa e uma gramínea invasora do cerrado

Texto completo
Autor(es):
Talita Marques Zupo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Vania Regina Pivello; Adriana Maria Zanforlin Martini; Sergio Tadeu Meirelles
Orientador: Vania Regina Pivello
Resumo

No Brasil, varias espécies de gramíneas africanas introduzidas se tornaram importantes invasoras dos cerrados e constituem uma das principais ameaças para a sua biodiversidade. Atributos envolvendo trade-offs evolutivos que influenciam na adaptabilidade das espécies - aquisição, alocação e perda de recursos pelas plantas por meio de competição, facilitação, estresse e distúrbio - irão influenciar o desempenho dos indivíduos e a manutenção das populações nas comunidades vegetais. Deste modo, e de extrema importância entender quais os mecanismos que levam uma espécie invasora a ter um desempenho melhor sobre as espécies nativas. Comparações envolvendo características entre espécies exóticas e nativas podem levar a uma melhor compreensão sobre o processo da invasão. Diante disso, este trabalho procurou identificar algumas das estratégias competitivas adotadas por uma gramínea invasora, Urochloa decmbens, e por uma gramínea nativa, Echinolaena inflexa, em ecossistema de cerrado. Para verificar aspectos relativos às estratégias de colonização das espécies foram analisadas suas fenologias reprodutivas, as taxas de viabilidade e de germinação das sementes. Em um experimento com plantas envasadas, sementes de ambas as espécies foram semeadas em diferentes proporções relativas uma a outra. Três censos foram realizados durante o período de um ano para avaliar a sobrevivência, crescimento e fecundidade das espécies. Medidas da capacidade fotossintética e das taxas de assimilação foram tomadas para ambas as espécies tanto em parcelas puras quanto em parcelas mistas; também foi quantificada a área foliar especifica e total das espécies. No experimento com as plantas envasadas, quando sementes de ambas as espécies foram colocadas juntas, a nativa teve seu crescimento suprimido pela invasora. Nos tratamentos puros, os indivíduos da espécie nativa cresceram em tamanho, mas somente três se tornaram reprodutivos. No entanto, muitos indivíduos da espécie invasora cresceram em tamanho e se reproduziram em todos os tratamentos, mostrando uma alocação de recursos tanto para crescimento quanto para reprodução. A espécie invasora apresentou uma taxa fotossintética maior, porem ambas as espécies tiveram sua capacidade fotossintética e sua taxa fotossintética reduzida nos parcelas mistas, sugerindo que a competição afeta tanto a espécie nativa como a espécie invasora. Uma vez que a espécie nativa possui área foliar especifica menor em relação à espécie invasora, espera-se que ela apresente uma perda menor de nutrientes e, conseqüentemente, uma maior conservação/retenção dos nutrientes, o que favoreceria sua persistência em ambientes como o cerrado. No entanto, com a ocorrência de distúrbios e possíveis alterações na disponibilidade de nutrientes, a gramínea nativa pode ser deslocada pela invasora, que apresenta maior capacidade de colonizar novas áreas por meio de maiores taxas de germinação e estabelecimento; e maior produtividade, apresentando maiores taxas fotossintéticas, sendo mais eficiente no uso do nitrogênio. (AU)

Processo FAPESP: 08/52017-6 - Invasao, competicao e uso de recursos por uma graminea nativa e uma graminea invasora do serrado.
Beneficiário:Talita Marques Zupo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado