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Atratividade do magistério para o ensino básico: estudo com ingressantes de cursos superiores da Universidade de São Paulo

Texto completo
Autor(es):
Luciana França Leme
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Educação (FE/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Sandra Maria Zakia Lian Sousa; Dalila Andrade Oliveira; Romualdo Luiz Portela de Oliveira
Orientador: Sandra Maria Zakia Lian Sousa
Resumo

Estudos que apontam o baixo interesse pela carreira do magistério na educação básica têm sido frequentemente divulgados. Esse fato, somado a projeções que indicam que o número de licenciados no Brasil não contemplará a demanda por professores nos próximos dez anos, notadamente nos anos finais dos ensinos fundamental e médio, motivou o desenvolvimento da presente pesquisa. Seu objetivo foi o de analisar o perfil de ingressantes nos cursos de licenciaturas da USP em Pedagogia, Física e Matemática, bem como os fatores que pesam em suas decisões de se tornarem (ou não) professores. Buscou-se também investigar se alunos do curso de Medicina da USP já almejaram ser professores da educação básica em algum momento de suas vidas. Para tanto, os ingressantes responderam a um questionário (N = 512) elaborado a partir de contribuições das produções científicas examinadas sobre o mercado de trabalho docente e de produções sobre a escolha por esta carreira do ponto de vista da sociologia. Os resultados evidenciaram que é similar a comparação do nível socioeconômico dos licenciandos da USP com alunos de cursos de licenciaturas do Brasil e de outros países. Além disso, o desempenho desses licenciandos no exame da Fuvest foi inferior não somente em relação à Medicina, como em todos os demais cursos da USP. Sendo assim, para esses respondentes, a licenciatura parecia ser uma das poucas alternativas possíveis para ingresso nessa universidade. De fato, ser professor não foi apontado como a principal razão para escolha do curso por boa parte dos respondentes. Porcentagem importante de alunos manifestou não querer ser professor na educação básica ou ter dúvidas quanto a ser (52% na Física e 48% na Matemática), enquanto os licenciandos em Física e Matemática indicaram grande interesse em ingressar na pós-graduação. Na Pedagogia, embora menos elevado (30%), o percentual não é desprezível. Os fatores mais influentes para os ingressantes terem a predisposição de seguir o magistério são, na maioria das vezes, semelhantes aos expostos em quase todas as produções científicas analisadas: sexo (mulheres), curso (Pedagogia), idade (entre 17 e 19 anos), salário e aspectos de ordem subjetiva (experiências escolares positivas, altruísmo, gosto pela educação, engajamento social, gostar de crianças). As questões que se mostraram mais influentes para a não escolha da carreira estão ligadas à imagem atual da profissão docente e da escola (condições ruins das escolas e o desprestígio social, incluindo a baixa remuneração). Analisar a atratividade da carreira docente evidenciou-se uma tarefa complexa por vários fatores intervenientes, muitas vezes difíceis de ser coletados e mensurados, os quais, ao que tudo indica, devem ser considerados de forma articulada nas políticas para professores. É provável que o reconhecimento do professor como o único profissional a deter o repertório de conhecimentos e habilidades para o ensino colaboraria para melhorar a atratividade do magistério na educação básica. Por fim, defende-se que a carreira profissional docente precisa ser atrativa para quem quer que seja, implicando oferta de formação adequada para exercício da profissão. (AU)

Processo FAPESP: 09/13421-9 - Atratividade da docência para o ensino básico: estudo com ingressantes de cursos superiores da USP
Beneficiário:Luciana França Leme
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado