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História da formação de professores em São Paulo (1875-1894): intersecções entre os ideais de professor e de escola

Texto completo
Autor(es):
Tatiane Tanaka Perez
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Educação (FE/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Carlota Josefina Malta Cardozo dos Reis Boto; Maria Helena Camara Bastos; Vivian Batista da Silva
Orientador: Carlota Josefina Malta Cardozo dos Reis Boto
Resumo

Este trabalho pretende analisar a construção de uma cultura escolar a partir do conhecimento pedagógico em curso na Escola Normal de São Paulo, no final do século XIX. Partimos da premissa de que os saberes entendidos como necessários ao exercício do magistério são reveladores da constituição de uma cultura profissional docente e de representações acerca de um ideal de professor e de escola que se pretende formar. Tais conhecimentos podem ser identificados nos manuais impressos de formação de professores e em suas apropriações presentes nos discursos dos aspirantes à carreira do magistério, através dos exames realizados pela Escola Normal. O período delimitado para este estudo compreende duas décadas, de 1875 a 1894. O ano de 1875 corresponde à segunda abertura da Escola Normal momento em que, pela primeira vez, são realizados exames escritos na referida escola, destinados aos seus alunos e aos aspirantes às cadeiras de instrução pública primária. O ano de 1894 marca o início de um período de inúmeras mudanças na estrutura e organização da escola, além da mudança da Escola Normal para prédio próprio, à Praça da República. Nessa empreita, procuramos demonstrar a relação existente entre a expansão da instrução primária e as iniciativas de formação de professores em instituições específicas, sobretudo na Província de São Paulo no último quartel do século XIX. A partir da análise das provas e dos manuais pedagógicos, procuramos identificar uma concepção de educação, de instrução, de escola e de métodos de ensino que circulavam no período, por entender que tais aspectos são fundamentais para a compreensão do perfil de professor e de um modelo de escola que se pretendia formar. Por último, pretendemos trazer à tona um ideal de professor presente no ideário da época. No período em estudo, o professor possui figura central e exemplar na formação de hábitos e condutas desejáveis para a população. A partir do momento em que o Estado assume a responsabilidade pela instrução do povo, ele institui um controle mais rigoroso sobre o processo educativo e, consequentemente, sobre o professor. Ao torná-lo funcionário público sob tutela do Estado, é possível criar dispositivos de controle mais rígidos que dizem respeito aos processos de seleção do pessoal docente, às instituições autorizadas para sua formação, e ao estabelecimento de um conjunto de saberes exigidos para o exercício da profissão. Nesse processo de constituição profissional, é possível perceber mudanças e permanências, articuladas a um projeto civilizador por meio da disseminação de hábitos, condutas e práticas, tipicamente escolares que orientam e permeiam toda a sociedade. (AU)

Processo FAPESP: 10/02932-0 - História da formação de professores em São Paulo (1875-1894): interseções entre os ideias de professor e de escola
Beneficiário:Tatiane Tanaka Perez
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado