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Modelagem topológica da possessão: sujeito e alteridade na umbanda

Texto completo
Autor(es):
Daniela Bueno de Oliveira Americo de Godoy
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Jose Francisco Miguel Henriques Bairrao; Maria Thereza Ávila Dantas Coelho; Maria Helena Villas Boas Concone; Geraldo Jose de Paiva; Leda Verdiani Tfouni
Orientador: Jose Francisco Miguel Henriques Bairrao
Resumo

Este trabalho tem por objetivo ensaiar aplicações de estruturas topológicas interpretadas psicanaliticamente ao estudo do transe de possessão na umbanda, entendido como enunciação irredutível ao estritamente verbal. Para esse efeito, o sujeito (instância enunciante) e o Outro (no caso, presentificado pelo mundo dos espíritos) são considerados como diferentes funções que se alternam em uma superfície moebiana (unilateral). Utiliza-se o método psicanalítico lacaniano em contextos sociais por meio de uma reconceptualização do método etnográfico, denominada de escuta participante, mediante participação e interação em terreiros de umbanda na qualidade de consulente. Com base no teorema geral das superfícies que, por meio de transformações homeomórficas, iguala três planos projetivos a um plano projetivo mais um toro, desenvolveu-se em linha com a topologia lacaniana duas vertentes de análise a partir do mapeamento da cadeia significante tecida na relação transferencial. Uma baseia-se no corte em oito interior e a outra no furo (estrutural à composição das superfícies). De um ponto de vista, a possessão pode ser compreendida em função da lógica inconsciente (fantasia), que relaciona as operações de produção do sujeito (alienação e separação) com a operação do corte que modifica sua estrutura, apresentando-o como dividido sem, no entanto, ser dois. De outro, ela pode ser compreendida como uma forma enunciativa que narra uma fantasia pressupondo uma escuta que não se restringe ao auditivo estrito senso, mas que é inclusiva do olhar e do cinestésico associado ao movimento. Com esta modelagem, alcança-se ampliar a pesquisa social e a escuta analítica a processos de enunciação espaço-temporais desatrelados da consciência, do psiquismo individual e da subordinação a uma concepção de interioridade psíquica os quais, por outro lado, também são desvinculados do social e da história como exteriores ao sujeito. (AU)

Processo FAPESP: 08/58556-6 - Modelagem topológica da possessão: sujeito e alteridade na umbanda
Beneficiário:Daniela Bueno de Oliveira Américo de Godoy
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto