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A recepção alemã à revolução russa de 1905

Texto completo
Autor(es):
Luiz Enrique Vieira de Souza
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Ricardo Musse; Gabriel Cohn; Sérgio Ricardo da Mata; Lincoln Ferreira Secco; Gabriel Eduardo Vitullo
Orientador: Ricardo Musse
Resumo

Os argumentos que apresentaremos ao longo das páginas seguintes terão como fio condutor as reações de uma parcela da intelligentsia alemã à revolução russa de 1905. Mesmo antes de se tornar palco de eventos revolucionários de importância central para os destinos políticos do continente, a Rússia já exercia algum magnetismo sobre as camadas cultas da Alemanha em virtude de suas realizações no plano cultural. No entanto, a partir dos conflitos subsequentes ao domingo sangrento, os alemães vieram também a nutrir interesse pelos eventuais reflexos desse processo revolucionário no contexto político em que estavam inseridos. Essa afirmação será corroborada mediante a análise crítica de escritos que algumas das personalidades intelectuais mais fecundas em atividade na Alemanha Guilhermina dedicaram às disputas em curso no império do czar. Mais especificamente, confrontaremos os artigos de Max Weber embasados numa combinação peculiar entre nacionalismo germânico e a tradição liberal e as avaliações produzidas pelas diferentes vertentes do pensamento socialdemocrata que disputavam entre si o conteúdo das diretrizes daquele que figurava então como o maior e mais respeitado partido marxista da II Internacional. Nesse último caso, trata-se de desvendar como as polêmicas travadas entre Eduard Bernstein, Karl Kautsky e Rosa Luxemburg acerca da viabilidade da greve de massas na Alemanha estiveram impregnadas de leituras particulares a respeito da distância entre as condições da luta de classes no Kaiserreich e as peculiaridades daquele tecido societário onde o proletariado despontava, pela primeira vez, como força protagonista e hegemônica de transformações com alcance revolucionário. Em resumo, demonstraremos que os juízos emitidos por esses autores sobre a revolução russa estiveram imbuídos por reflexões subjacentes que, explicita ou implicitamente, diziam respeito aos tensionamento políticos e sociais que acompanharam o processo de modernização da Alemanha. Em sentido metafórico, defenderemos a ideia de que a Rússia apresentou-se-lhes como um espelho convexo, no qual a imagem da Alemanha teria sido refletida, ainda que, obviamente, de maneira distorcida. (AU)

Processo FAPESP: 08/58451-0 - A recepção alemã a Revolução Russa de 1905
Beneficiário:Luiz Enrique Vieira de Souza
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto